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segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Os governantes deslocados

Os dois governantes “deslocados” e subsidiados – já mencionados em post anterior - concordaram em abdicar do subsídio. E porquê? Por mais que me esforce não consigo entender. Porquê?



Das duas uma: ou meteram a mão onde não deviam… e, nesse caso, não compreendo porque é que ainda são, respetivamente, ministro e secretário, pois, não levar indevidamente uns trocos para casa, parece-me um requisito mínimo exigível neste tipo de cargos; ou, então, estavam cobertíssimos de razão – e eu espero que seja este o caso (e além de concluir o raciocínio, passo a explicar porquê): é que, desta forma não percebo porque terão abdicado do que lhes era devido por direito. Será, simplesmente como disse a notícia “de forma a acabar com a polémica em torno desta questão”? Então esta é a verdadeira razão porque abdicaram? E lá continuam eles. Como já aqui disse e pelos visto até o camarada Jerónimo de Sousa já me repete (perdoem a brincadeira): Onde está Paulo Portas? O moralista da política portuguesa? O denunciante das poucas-vergonhas que se passam nos corredores da política? Aparece lá, homem, que as saudades apertam-me já o peito.



Por fim, a explicação de porque poderá ser mau esta renúncia por sublime amor à pátria mãe: Fala-se de justiça e igualdade (é claro que a prática dos próximos tempos encarregar-se-á de colocar estes valores num desses aterros a céu aberto que por aí existem). Seja como for, nesta perspetiva sempre invocável de igualdade de tratamento, já imaginaram o que seria se cada português que trabalha a mais de 100 km da sua residência permanente fosse buscar uns 140 euritos extra por mês? Nada mau mesmo, não é verdade? Isto, claro, se não fosse suficientemente batoteiro e afinal até tivesse uma outra casa mais perto…


Para finalizar este assunto funesto e de contornos já tipificados em anteriores governos (até no que respeita à solução encontrada) refiro apenas que vi uns senhores importantes assinar uns papéis, enquanto outros observavam, também com ar importante e circunspeto, como convém nestes momentos de estranha solenidade… agora, pedir desculpa… essa parte passou-me! Ah! No meio disto tudo, o ministro ainda teve tempo para dizer que apesar da lei (estar do seu lado, claro) toma esta decisão por “vontade pessoal”. Pronto, pronto, todos nós acreditamos. Não é de uma grandeza heroica? Fiquei fã!