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segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Primeiro-ministro conceptual


Um primeiro-ministro…o seu currículo deveria ser público… para o analisar, talvez devêssemos fazer algumas das seguintes perguntas:

O que é que ele fez? O que é que criou de novo? O que fez crescer pelas suas próprias mãos? Qual a sua marca de inovação? Que capacidade de gestão demonstrou? Que resultados concretos obteve? O que fez para que a vida dos trabalhadores por si geridos se tornasse melhor? Quais os sinais de excelência? Quais as marcas da sua seriedade?

Sim, porque um governante, e ainda mais um primeiro-ministro, tem de ser forçosamente um indivíduo com caraterísticas excecionais! Um primeiro-ministro tem de ser necessariamente um indivíduo excecional! Não basta um indivíduo cobiçoso que, por uma questão de ego, deseja muito o cargo, mas não é capaz de fazer mais do que debitar discursos enquanto acumula para si e para os seus; não basta um gestor que o foi por apadrinhamento; um indivíduo que subiu dentro de estruturas partidárias à custa da capacidade de estabelecer contactos e criar influências; um indivíduo que, por isso mesmo, nunca saberá o que é crescer a pulso; lutar com determinação e ultrapassar contrariedades; fazer nascer e crescer coisas novas e conhecer bem e melhorar a vida da comunidade em que vive.

É de homens a sério, com conhecimento da vida real e do povo real, que precisamos para a governação. Com currículos concretos, substanciais e públicos e não preenchidos com uma amálgama de frases que se resumem ao adjetivo: APADRINHADO!

Estes últimos, pelo contrário, deveriam ter inscrito nos seus cadastros: Sem competência para o desempenho de funções públicas - INADEQUADO!

Por outro lado, se o primeiro-ministro pertencer a esta última subespécie, o que poderemos esperar dele (sempre hipoteticamente falando)?

Criticar e acusar governantes adversários com termos como incompetência e falta de seriedade e, simultaneamente, prometer diferentes caminhos para um povo que não suporta mais o tratamento que lhe é reservado? Deitar governos abaixo com a ânsia de chamar a si o poder afirmando, no entanto, que é tudo pelo bem da nação, da seriedade e do rigor? E depois, prosseguir o mesmo caminho de massacrar o povo que o elegeu e não tributar os que mais têm e podem? Criar exceções aos interesses amigos? Beneficiar as organizações geridas pelos conhecidos? Nomear para cargos principescamente bem pagos os correligionários? Manter o élan de promiscuidade e ausência de moralidade na gestão da coisa pública? Dar a imagem – REAL – de que os governantes, à semelhança dos ricos, vivem às custas dos mais pobres exigindo-lhes, além do mais, o pagamento da crise criada pela sua própria inépcia, falta de seriedade e ganância desmedida?

terça-feira, 28 de agosto de 2012

Sabemos hoje que…


Sabemos hoje que os cortes no subsídio de férias e de Natal dos funcionários públicos e pensionistas foram anulados pelo afundamento nas receitas do IVA. Isto é, o exercício de infligir o pagamento da crise a alguns milhões de portugueses, especificamente diferenciados de uma forma que revela claramente a ideologia xenófoba de quem assim decidiu, não deu em nada.

Assim, a sublime ideia de taxar a “escandalosa fortuna” dos funcionários públicos e pensionistas deixou exposta uma evidência natural sobre o atual governo: pose de seriedade, pose de competência, pose de conhecimento, pose de superioridade moral sobre adversários políticos, pose de eficiência, … pose, pose, pose e nada mais!

A austeridade cega, e por isso mesmo incompetente, injusta, resultou em contração económica, pelo que as receitas converteram-se alegremente num balão cheio de ar e pouco mais. Penso que qualquer ser vivo razoavelmente pensante entende esta equação: se roubamos o pouco que as pessoas têm, elas não pagam com o que não têm. Não fazem despesa; pagam menos impostos. Por um daqueles azares, certamente resultante de uma mais que improvável conspiração maléfica do universo, ocorreu que apenas os membros do atual governo português não se aperceberam desta realidade comezinha.

Acrescentemos mais alguns ingredientes à mistela. Vejamos o que aconteceu com o endividamento deste país no espaço de um ano.

2.      Nas empresas, a dívida cresceu 1,6 mil milhões de euros. OOOOPPPSSS!!!!
3.      No sector ESTADO – administrações e todas as empresas públicas – gerido e/ou tutelado pelo nosso eficiente e sério governo, a dívida cresceu, derrapou, 6,9%. O que, bem feitas as contas, derrete, deita a perder  e ultrapassa a redução efetuada pelas famílias. Quem diria?

De onde veio a real poupança? Das famílias.

As empresas portaram-se bem? Têm a desculpa do jugo contributivo que recai sobre si.

Quem derrapou? Num ano, a dívida das entidades públicas aumentou em 16 mil milhões de euros. Contenção? Só se for a nova piada de Verão!

O que acontecerá face a estes números? Nada. Os governantes continuarão a asnear, a beneficiar de regalias que fariam corar os governantes de qualquer país rudimentarmente civilizado, e a fermentar a sua rede de contactos e apetitosos negócios. As empresas gerarão lucros suficientes para que os patrões possam continuar a atualizar os seus carrinhos alemães (conter mas nem tanto) e o povinho continuará a ser levado na curva…

Eis os números da dívida da economia portuguesa:

Famílias: 100% do PIB;
Empresas: 185% do PIB;
Sector público: 148% do PIB.

Na totalidade, a economia portuguesa deve 430% do PIB, sendo que a única redução digna de registo no último ano deve-se exclusivamente às famílias.

Comentemos, então, a competência e a moralidade destes ilustres governantes… em forma de QUIZ:

Competência:

Empregaria algum patrão uma malta que, ao fim de um ano, produzisse tão deslumbrante variação de números na sua empresa? Sim, mas apenas em caso de ebriedade profunda, comatosa e irreversível! Sim, mas apenas para beneficiar dos expedientes imorais de todos os políticos que inevitavelmente desaguam no sector privado porque entregam, de mão beijada, negócios com o estado… e podem fazê-lo pois eram eles que geriam o estado ainda na véspera.

Moralidade:

(1)   Contenção e cortes - o que foi feito quanto às regalias e mordomias de políticos e gestores que viviam, vivem e viverão sempre abusivamente ricos num país abusivamente pobre?
(2)   Moralidade? Qual o nome da figura pública envolvida no processo vergonhoso das viagens dos deputados? Enrolada num escândalo de pressão sobre a impressa e “ilibada” por uma pandilha que dá por nome de ERC? Enterrada até o tutano no caso das secretas? Licenciada no processo académico mais abjeto de que há memória e que, por justa causa, eleva o Eng. Sócrates a Doutor Honoris Causa? Figura que continua no ativo, como se nada fosse, como se o país fosse apenas habitado pela Alice e o seu inseparável coelhinho branco? Figura relativamente à qual o corretíssimo e impoluto atual primeiro-ministro apresenta uma “adição” cuja solução não pode, infelizmente, ser encontrada em nenhum consultório de psicanálise de que haja conhecimento ou em qualquer outro fórum dedicado a este tipo de handicaps?

Aguardo num estado de excitação incontrolável a rentrée dos magnânimos líderes do PSD e PS (digo, jotinhas) pois estou certo que é desta que virá a lume, certamente, a solução dos intrincados problemas da nação!

quarta-feira, 27 de junho de 2012

Desculpem qualquer coisinha, mas agora só falam disto!

Segundo o secretário de Estado da Administração Pública, Hélder Rosalino, “No momento não estão a ser planeadas medidas extraordinárias”. Apesar disso, afirmou que: “Tendo em conta um conjunto de medidas que já foram adoptadas ao longo dos últimos anos, não considero que haja margem para aplicar mais medidas direccionadas exclusivamente para os funcionários públicos”.


À semelhança dos vários dirigentes que nos têm vindo a preparar para mais austeridade, com recurso persistente ao método da "Negação, porém...", o secretário de estado introduziu uma informação adicional nas novas medidas de austeridade que aí vêm: Estejam descansados que agora não é só para funcionários públicos; toca a todos... os trabalhadores; o que me faz pensar: e porque não voltar a insistir apenas nos funcionários públicos? Por acaso não terão sido justas e adequadas as medidas anteriormente tomadas? Os governantes devem estar convencidíssimos disso, caso contrário já teriam feito um pedido de desculpas formal a estes funcionários! A menos que o secretário se esteja a referir a um novo pacote de austeridade a aplicar, desta vez, apenas à malta dos privados e às fortunas que não sofreram sequer, um leve arranhão!


Quem sabe... o que vai na cabeça aleatória destes ilustres?


P.S.: Fiquei felicíssimo por saber que a Alemanha considerou - se calhar é mais apropriado dizer "decretou" - Portugal como um exemplo. Pergunto-me eu: um exemplo de quê? Penso que, no fundo, o reconhecimento de que esta actual Europa tem tão pouco de positivo, leva a que se façam afirmações deste tipo, descabidas. Terá a Alemanha autoridade moral para validar as políticas de austeridade altamente desiguais de um outro estado? Que tipo de preocupação revela a Alemanha quando, em Portugal, enquanto se combate a crise, alguns vivam na mais vergonhosa miséria enquanto outros esbanjam pacificamente fortunas nos seus luxos intocáveis? O que vale esta afirmação, quando a austeridade dirige-se, em boa percentagem, aos que já andam razoavelmente aflitos, enquanto a "malta da mó de cima" vê a coisa passar-lhe, uma vez mais, ao lado?


Mas porque é que a Alemanha não se enfia toda nesses submarinos que andou a vender à custa de subornos e vai para onde ficam muito bem os ditos submarinos: lá no fundo?

Nem imaginavam que isto poderia acontecer... coitaditos!

Vem este post no seguimento das conversas sobre a austeridade imposta a alguns portugueses pelo nosso justo e sensível governo. De acordo com o jornal Público, sobre os números publicados pela Direcção-Geral do Orçamento:

"A austeridade está a degradar o saldo da Segurança Social. Por cada unidade adicional de receita conseguida de Janeiro a Maio de 2012 face ao mesmo período de 2011, a despesa social (sem pensões) subiu três vezes mais. Dois terços dessa subida foram para subsídios de desemprego".

"A receita corrente da Segurança Social ainda cresceu face a 2011, mas graças às transferências do Fundo Social Europeu e do Orçamento do Estado para pagar as pensões dos bancários. Já as contribuições sociais estão a cair desde Janeiro de 2012 face a 2011".

"O Governo alega ter sido surpreendido pelo impacto na economia da política seguida, mas as contas da Segurança Social mostram o contrário".

"Desde Maio de 2011 - quando o memorando com a troika se tornou público -, o número de novos desempregados inscritos nos centros de emprego começou a subir. Se, em Abril de 2011, a inscrição de novos desempregados estava a cair 14% face a 2010, no mês seguinte subiu logo 5%. E continuou a subir todos os meses. Um ano depois, ainda estava a crescer a um ritmo de 12%".

"O que contribuiu para esta evolução? Em primeiro lugar, uma quebra das receitas, ligadas à descida do emprego - quebra das contribuições sociais".

"Em segundo lugar, o saldo degradou-se porque a crise obrigou a mais apoios sociais. De tal forma que, apesar das medidas adoptadas desde meados de 2010 - de limitação dos apoios sociais - a despesa social voltou a subir".

Não era em função deste tipo de coisas que o actual primeiro ministro e o seu apêndice Portas exigiam de forma audível e pronunciada a demissão imediata do anterior governo? Pois bem, sejam coerentes, juntem-se ao vosso amigo Sócrates em Paris. Terão o agradecimento sentido de muitos portugueses que, para além de apreciarem essa mostra elementar de coerência e honestidade, apreciarão ainda mais a distância entre as vossas pessoas e este pequeno país.

Portugal no bom caminho: mensagem subliminar!


PC:

Segundo o PM (primeiro ministro, claro está), PC (Passos Coelho, obviamente), "Não há nesta altura nenhuma intenção do Governo de tornar mais exigente o quadro de austeridade sobre os portugueses". Apesar desta garantia de PC, que seguramente tranquiliza todo e qualquer português (desde os atentos até os que nem por isso), logo de seguida complementa (ou contradiz?): “Procuraremos dentro da margem do próprio orçamento amplificar a nossa margem de segurança de modo a que os portugueses sejam o menos penalizados possível por quaisquer outras medidas que tenham que ser adotadas”. Espantoso! Tudo isto embrulhado no mesmo discurso. Estamos mesmo a ver o que é que estas margens e amplificações de margens significam para o portuguesinho pagante e não queixoso (pelo menos de forma audível). Lá pelo meio ainda teve tempo para confessar o que ninguém nunca terá sequer imaginado: "O que posso dizer aos portugueses é que o exercício orçamental será mais exigente e difícil do que estávamos à espera”. Ou seja, afinal, como todos os governos miseráveis que temos tido desde tempos imemoráveis, também este não sabia ao que vinha! Mas, era vê-los na campanha eleitoral, cheios de certezas quanto à receita para salvar a nação, ao estilo de “Perca 20 quilos numa semana sem ter de fazer dieta!”.

FU:

Também o presidente do BPI, FU (Fernando Ulrich), afirmou que há sectores de atividade e segmentos da população "que ainda têm alguma margem de manobra" para uma eventual aplicação de mais medidas de austeridade.

Pergunto-me: porque será que anda toda a gente a falar de mais austeridade. Deveremos acreditar que se trata simplesmente de uma questão meramente retórica de mentes superiores que coincidem no tempo? Hmmmm… duvido…

Por outro lado, o que FU diz é óbvio: há setores e segmentos de população que podem e moralmente deveriam COMEÇAR a sentir minimamente algum efeito da austeridade com que se combate a tal crise! Lembro-me, assim de repente, dos ricos assalariados e altamente privilegiados do estado (políticos, juízes, médicos, etc.), gestores públicos ou privados (tal como, por exemplo, o Próprio FU) que têm rendimentos faraónicos e para os quais a crise não passa de um tópico interessantíssimo de discussão e sobre a solução da qual têm opiniões muitíssimo relevantes e melhores do que as de todos os outros!

Era bom que a crise descesse da cabeça desta gente e se situasse mais para a zona da barriga. Aí, talvez estivessem em condições de decretar algumas medidas honestas (para o que muito contribuiria se fossem solidárias, repartidas o mais igualmente possível por todos), humanamente aceitáveis, de combate à crise.

Embora o discurso de FU não seja combinado com o de PC, afirma que: "há mais margem de manobra" na economia portuguesa para a imposição de eventuais medidas restritivas do que há um ano. Note-se bem: outra vez a conversa das “margens”!

FU afirma, ainda, que a diminuição das receitas fiscais recentemente divulgados não alteram a avaliação positiva que faz da evolução da economia ao longo dos últimos meses. Além disso, elogiou o trabalho do Governo após um ano de mandato no reequilíbrio das contas públicas e classificou de "impressionante" a evolução do país desde a assinatura do memorando com a 'troika'.

Por fim, esta mensagem subliminar de união pela causa portuguesa, ricos e pobres unidos pelo bem da nação, os primeiros apreciando os aspetos apetecíveis da vida, os segundos trabalhando e pagando a crise... porque não têm outro remédio (leia-se, voz, poder):

"Quando vou ao estrangeiro, verifico que as pessoas têm uma imagem diferente de Portugal, talvez ainda não tão forte como merecemos, mas não tenho dúvidas que já muito melhor do que era antes". Para enfatizar a mensagem subliminar, conclui que a moeda única europeia é "alvo de inveja".

Assim, ficamos todos mais aconchegados no leito da mãe pátria!

Já agora, só uma questão, completamente a despropósito bem sei, mas já nem sei o que pensar sobre o descaramento incomensurável dos nossos ilustres gestores / governantes:

"Não seria possível fazer tudo isto, austeridade, apertar o cinto, emagrecer o estado, cortar gorduras, etc., sem andar em BMW’s topo de gama, pagos pelos portugueses, incluindo aqueles que ganham 500 e 600 euros; os que não têm dinheiro para tratar da sua saúde e, como tal, vivem necessariamente doentes, sem qualquer alternativa".

Ok, a vida, a dor, o desespero, a ausência de alternativas, a impossibilidade total e real de esperança de tantos é um assunto irrelevante. Sendo assim, vivam as frotas topo de gama, os cartões de crédito, as regalias, o luxo, as ajudas de custo sobre ajudas de custo, os restaurantes de luxo – na assembleia e por onde calha – pagos por dois tostões. Vivam as indecorosas benesses e viva este país de terceiro mundo – acho que esta é uma causa bem mais explicativa da nossa crise: a mentalidade terceiro-mundista dos nossos ilustres dirigentes, traduzida numa insaciável e interminável gula. A sangria não pára desde há séculos!

segunda-feira, 25 de junho de 2012

Quem disse que a banca já nos afundou tudo o que tinha para nos afundar?

Mentira!

Quem disse que a banca já nos afundou tudo o que tinha para nos afundar, está a mentir.

Afundou-nos no passado, esta a afundar-nos agora mesmo e o futuro parece seguir na mesma linha!

O que se segue são porções eloquentes da notícia "Bolha imobiliária ameaça banca" publicada no jornal "Sol" de hoje:


"Apesar de ser negado por governantes e instituições financeiras, Portugal está a sofrer os efeitos do fim de uma bolha imobiliária que mina a sustentabilidade de todo o sistema bancário.

O ‘buraco’ da bolha imobiliária não está reflectido nas contas da banca e poderá levar a uma nova vaga de capitalização do sistema se nada for feito.

Portugal edificou na última década cerca de um quarto de todo o parque habitacional existente. A febre imobiliária contagiou bancos, autarquias, empresas e consumidores, tornando 74% dos portugueses donos de casa própria, uma das taxas mais elevadas da Europa.

A procura era sustentada pelo crédito bancário barato, rapidamente disponível e com taxas de financiamento até 100%.

Em 2010, com a chegada crise da dívida soberana na Zona Euro, a banca iniciou um processo de forte restrição ao crédito que fez ‘evaporar’ a procura e rebentar a bolha. Sem clientes, o excesso de oferta de habitação está patente na banca, nas construtoras e nas imobiliárias. Ninguém consegue comprar.

Desde 2010, o preço médio da habitação desceu cerca de 10% em Portugal. Mas nas periferias dos grandes centros urbanos como Lisboa e Porto, as quedas foram de 20%.

Sem clientes e crédito, o sector da construção e das imobiliárias entrou num ciclo de falências que está a encher o sistema bancário de crédito malparado. Hoje, mais de 40% do total de crédito vencido em Portugal é da responsabilidade de imobiliárias e construtoras. Os dois sectores têm dívidas de 38 mil milhões de euros à banca, dos quais 4,5 mil milhões são incobráveis".


Vejamos, temos dois sectores de actividade económica que, tendo produzido fortunas absurdamente colossais, são devedores de qualquer coisa como 6 buracos da Madeira! E, para que não restem dúvidas, há que recordar que o buraco da Madeira já é, por si só, maior do que a dita ilha!

Moral da história: Vai ser preciso mais uma injecção, fornada, o que seja, de liquidez para os bancos, por esta altura altamente depenados. Pena é que quando ofereciam crédito em condições reveladoras de total incompetência e, simultaneamente, de gula desmesurada, não se tenham lembrado de que a coisa podia dar para o torto! Por outro lado, são muito espertos, sempre que estão descapitalizados... os iluminados "lá de cima" tratarão de subtrair o nosso dinheiro, subsídios e o que mais for para dar a esses pobres coitados.

É a vida!

A única medida do governo começa a dar resultados


Perdoem-me a memória seletiva mas, tanto quanto me lembro, a única medida conhecida do atual governo - embora não a possa rotular de digna de registo - consistiu em convidar compatriotas a desandarem lá para fora, ou seja, “se querem melhor vida, emigrem, porque em relação ao pouco que resta por cá, já nós nos afiambrámos!”.

Parece que as remessas dos emigrantes portugueses ascenderam aos 822,4 milhões de euros entre Janeiro e Abril, valores que não se verificavam há dez anos.

Quanto à questão deste convite ao “Xô, põe-te a andar”, dirão alguns observadores menos atentos “Não é verdade. Atenção que já se tomaram uma série de medidas de contenção, etc., coisa e tal!”. Pois é, mas se fôssemos ver, de maneira objetiva e consequente, como é que o governo tem feito este exercício de equilíbrio das contas públicas, o melhor que poderíamos fazer era deitar as mãos à cabeça e… sei lá, talvez rezar… pelo menos é o que muita gente faz quando se esgotaram todas as alternativas!

É digno chamar de medida de equilíbrio das contas públicas vender o nosso património? Passar para mãos estrangeiras o que sempre foi português? E que seria importante que se mantivesse como tal? Acho que a nossa história, noutros tempos, chamaria TRAIÇÃO a esta forma ignóbil de agir. Mas dirão: “os tempos são outros, a economia está globalizada, as empresas não têm nacionalidade…”. Blá Blá Blá! Se isso é verdade porque é que são as empresas dos países poderosos que andam a comprar tudo? Até as dívidas dos embeiçados?

O governo deveria ser apenas o eficiente gestor e zelador de uma grande empresa que é o estado e que é de todos nós, os portugueses. Nós produzimos riqueza (muita ou pouca) e eles deveriam geri-la com competência! Nestas circunstâncias, vejo com maus olhos que o governo se desfaça daquilo que também é meu. “Não admito que ele desbarate o meu património”. Considero que estou a ser desautorizado, roubado, por gestores de quinta categoria que estão a esvaziar a empresa portuguesa apenas para mascararem, de forma totalmente desonesta, balanços anuais. Deveria ser crime, com direito a exílio. Em função disso, empobrecem o estado, e simultaneamente ganham muito bem, têm muitas regalias e preparam o seu sumptuoso futuro com os contactos importantes que adquirem enquanto detêm os cargos.

A propósito da “visão cabotina” que é pretender que existam “empresas portuguesas”, repito aqui palavras do presidente do BPI: “não deixem que aconteça à EDP o mesmo que aconteceu à Cimpor”. Fernando Ulrich “quis fazer votos para que a EDP continue a ser de base portuguesa e comandada a partir de Lisboa”. Sobre a TAP, Ulrich indicou que ter uma companhia de bandeira portuguesa é importante “para um país com esta ambição de estratégia na economia global e com quatro ou cinco milhões de portugueses espalhados por esse mundo fora”.

Pormenores!

Enfim, para alguns vender não custa nada, antes pelo contrário, o máximo que alguma vez saberão do mundo empresarial é que vender significa ganhar dinheiro, muito dinheiro, e amizades poderosas, muito poderosas, dos que compram… que, provavelmente mais tarde, serão empregadores que pagarão ordenados indecorosos.

Além do mais, para a generalidade da classe política, caracterizada por uma ausência total de currículo no que à gestão diz respeito, tanto a génese como a importância da manutenção dessas empresas em mãos nacionais é-lhes totalmente indiferente. Trata-se, essencialmente, de uma questão alienígena, nem surge…

Relevante é vender, à boa maneira da nobreza em estado de decadência extrema! Não criam nem nunca criaram nada, sabem apenas desbaratar o trabalho dos outros, empobrecer o estado e entregar importantes centros de decisão a acionistas de outros países.

Resta-me a esperança de que, pelo menos, a história os recorde de maneira isenta, científica, com os adjetivos adequados!

sexta-feira, 22 de junho de 2012

ERC / Miguel Relvas - transações abjetas


Volto ao assunto sobre a ERC, Miguel Relvas e as transações abjetas que ocorrem impunemente à luz do dia e bem diante dos nossos olhos. Estas considerações têm por base algumas das coisas que ouvi na “Quadratura do Círculo”, programa da SIC.

Começo pelo presidente da ERC:

Assunto de extrema importância destacado pelo mesmo: “Fiz tudo para que fosse 5-0”. Calha bem falar desta forma na mesma altura em que decorre o Euro 2012. Infelizmente, a votação do documento produzido pela ERC foi de 3-2, isto é, menos consensual não podia ser! Azar!

Depois de ter dito que se calhar não devia estar a falar destes assuntos – como se estivesse a revelar um segredo de estado profundo, só acessível a alguns iniciados maçónicos – confessou que fez tudo para procurar consensos e que sem eles iriam pagar caro a votação não consensual e que, assim, a ERC não servia para nada.

Parecerá extraordinário mas concordo com tudo o que ele disse: vão pagar caro esta votação e a ERC não serve para nada.

Relativamente ao presidente da ERC, só acho que deveria fazer duas coisas – isto para não ter de tirar todos os espelhos que tem lá em casa:

(1) calar-se, pois quanto mais fala mais se percebe a monstruosidade da qual é substancialmente responsável: isto de insistir na votação consensual é uma táctica infantil de atirar descaradamente areia para os nossos olhos. A votação consensual não é, de maneira nenhuma, o ponto relevante desta história. A questão essencial do relatório com dezenas de páginas produzido pela ERC é a conclusão final; e essa, enquadra-se vergonhosamente bem no ditado que diz que a montanha pariu um rato… morto!

(2) Retirar-se de uma vez para uma bela, pacífica e revigorante praia distante, de preferência nos antípodas.

Pacheco Pereira refere-se à ERC como uma entidade instrumentalizada, pois é escolhida na sua maioria pelo governo, pelo que o ministro escolhe ir à ERC – onde foi, efectivamente, recebido com sorrisos rasgados – e não à assembleia da república (a tal casa da democracia... não é? Claro, a democracia ficou a vestir-se em mais este caso). Moral da história, a ERC é fundamentalmente concebida para não desalinhar com as políticas do governo (diz-se que com o objetivo mais estratégico de não interferir de forma adversa na privatização da RTP). Daí a perceber a conclusão nula do relatório produzido vai um simples e curtíssimo passo.

A conclusão de Lobo Xavier que refere que 9 das pessoas ouvidas dizem que um assunto se passou e só 1 diz que não se passou bem assim…e perante isto a ERC diz-se manietada para produzir uma conclusão! Enfim, fecha com chave de ouro e deixa toda esta vergonha bem exposta, com direito a mau cheiro e tudo.

Vivemos num país em que as deliberações desta e de muitas outras instituições não refletem mais do que os votos sujeitos a disciplina partidária: eis uma boa definição para “corrupção política nas instituições públicas”! A substância, a qualidade e a isenção das deliberações nem sequer chegam a ser equacionadas.

É também por este tipo de coisas que somos visados em diversos relatórios internacionais que nos atribuem elevados níveis de corrupção e, em concordância, níveis desprezáveis no que respeita ao esforço despendido no combate à mesma.

A 5 minutos do paraíso

"Mario Monti dá uma semana à Europa para salvar o euro"

Acho este título de uma notícia no Público genial. Faz lembrar, mais do que o verdadeiro assunto a que se refere a notícia, a imposição de um prazo para cumprir objectivos: algo muito vivo e presente no mundo onde actualmente nos afundamos enquanto toca alegremente a orquestra do Titanic.

Seguindo na onda deste título, gostaria de dar, eu mesmo (vejam só que soberba a minha), 5 minutos para que este governo fizesse aquilo a que aconselhou os portugueses: emigrassem todos, com viagem só de ida e com a firme resolução de não voltarem; nunca mais!

Enfim, sonhar um pouco não é necessariamente mau!

O que há de positivo no meio disto tudo? Ainda há quem dê alguma coisa pelo Euro, nem que seja uma semana... para os mais descrentes, seguramente que não darão nada pelo Euro, nem 50 cêntimos!

Os défices orçamental e governativo: crónica de uma derrapagem anunciada


Vítor Gaspar, o ministro das Finanças, admitiu ontem no Luxemburgo que o cumprimento do défice orçamental deste ano poderá estar em risco.

Razões apontadas para tal facto nefasto:

1. Receitas fiscais inferiores ao previsto
2. Persistência da instabilidade na zona euro.

A primeira razão envolve aquela característica extraordinária comum a quase todo o dirigente português: a desfaçatez, vulgo, sem-vergonhice!

Passo a explicar: é do conhecimento de todos os portugueses que, desde há muito tempo uma série de gente preocupada apontava a austeridade como factor de asfixia que iria matar a economia, arrasar o consumo, as receitas de impostos, fazer disparar o desemprego, entre outras consequências igualmente degradantes. O governo, com a arrogância e enfado habituais em todos os que nem acreditam na forma como chegaram à liderança neste país, ignorou essa gente, rotulou-os de irresponsáveis, nemse deu ao trabalho de pensar no que “vinha de baixo”.

Agora – eis a desfaçatez – vem preparar o caminho para o anúncio de um potencial falhanço das suas metas. E justifica esse falhanço precisamente com uma das consequências da austeridade que irredutivelmente impôs, MUITO PARA ALÉM DO QUE LHE FOI EXIGIDO INTERNACIONALMENTE.

Temos pois, além do mais, um governo dotado do sadismo típico das ditaduras que, até por acaso, os portugueses já conheceram noutros tempos. O princípio parece ser: infligir dor faz bem ao amadurecimento da alma. Deduz-se, assim, que os portugueses devem agradecer aos seus beatíficos governantes o crescimento espiritual que ocorre de forma generalizada por todo o país.

Especificamente no que respeita à austeridade, nunca é de mais referir que este competente governo achou por bem castigar sectariamente um grupo específico de portugueses - não porque fossem os culpados da crise mas porque não vai à bola com eles; não porque a escolha desse grupo tenha por base uma justificação inteligível mas porque sempre houve este odiozinho doutrinário de tudo o que é público. Esquecem-se que também esses lhes pagam a vida sempre faustosa de que nunca abdicam, mesmo nestes tempos de crise, desemprego e desespero para muita gente… e no momento exato em que fazem discursos de “apertar o cinto”. O cinismo dos que dizem que “ESTAMOS” de tanga é sórdido.

A segunda razão invocada também não deixa de ser curiosa pois se, antes, a crise internacional era entendida como uma desculpa esfarrapada para a má governação, agora, esse conceito avançado de instabilidade na zona Euro serve perfeitamente como justificação para as derrapagens, choques frontais, capotanços e sabe Deus mais o quê!

PATÉTICO no mínimo, não? É que isto nem é notícia nenhuma!

quinta-feira, 21 de junho de 2012

É bom? Então mata!

Publicado a 20 de Abril de 2012 no DN

A revisão do Plano Nacional de Acção para as energias renováveis (PNAER) dará menos espaço para o crescimento de fontes como a eólica e a energia solar. Revela o Jornal de Negócios que face ao anterior plano, delineado pelo Governo de José Sócrates, o PNAER do Executivo de Pedro Passos Coelho reduz em 23% a meta de capacidade eólica em 2020 e corta em 63% a fasquia de potência solar.

Publicado a 18 de Junho de 2012 no PT Jornal

O relatório do consumo de energias renováveis na União Europeia foi, em 2010, muito positivo para Portugal. O país é o quinto maior produtor de entre os 27 e, da energia consumida nesse ano, quase um quarto – 24,6 por cento – teve origem em fontes renováveis.
(...)
A produção nacional ficou bem acima da média europeia, que foi de 12,4 por cento. Segundo o Eurostat, registou-se uma evolução comparativamente a 2009, quando o peso das renováveis foi de 11,7 por cento. Já em Portugal, o valor (24,6%) manteve-se dum ano para o outro, colocando o país como o quinto com maior percentagem de energias renováveis nos consumos totais, numa lista liderada por Suécia (47,9) e seguida por Letónia (32,6%), Finlândia (32,2%) e Áustria (30,1%).

Professores - Essa classe miserável (em Portugal, claro está)

Retirado do site da FENPROF. Autoria de Margarida Rufino in Jornal de Cascais [distribuído por correio electrónico]:


PISA: relatório revela reconhecimento do trabalho dos professores pelos seus alunos

"Mais de 90% dos alunos portugueses afirmaram ter uma imagem positiva dos seus professores!

O relatório conclui que os professores portugueses são os que têm a imagem mais positiva de entre os docentes dos 33 países da OCDE, tendo em 2006 aumentado 10 pontos percentuais.

O mesmo relatório conclui que os professores portugueses estão sempre disponíveis para as ajudas extras aos alunos e que mantêm com eles um excelente relacionamento.

Estas evidências são altamente abonatórias para os professores portugueses e deveriam ter sido amplamente divulgadas pelos órgãos de comunicação social ( e pelos habituais "fazedores de opinião" luxuosamente remunerados que escrevem para os jornais ou são comentadores na rádio e na televisão) que ostensivamente consideram que os professores do ensino básico e secundário uma classe pouco profissional, com imensos privilégios e luxuosas remunerações...

Uma classe profissional que deveria ser acarinhada e apoiada por todos, que deveria ter direito às melhores condições de trabalho (salas de aula, equipamento, formação, etc.) e que tem sido maltratada pelo poder político e por todos aqueles que tinham o dever de estar suficientemente informados para poder produzir uma opinião isenta para os demais membros da comunidade.

Ao conjunto destas evidências acresce outra, onde o papel do professor é determinante: a inclusão.

O relatório revela-nos que Portugal é o sexto pais da OCDE cujo sistema educativo melhor compensa as assimetrias sócio/económicas!

E ainda refere que o nosso país tem a maior percentagem de alunos carenciados com excelentes níveis de desempenho em leitura.

(...)

Como diz a quase totalidade dos alunos, os professores são excelentes pessoas que estão sempre disponíveis para ajudar os seus alunos. Esta é que é a realidade dos professores das escolas do ensino básico e secundário! Obviamente que, como em todas as demais classes profissionais, haverá excepções à regra, aqueles que não cumprem, não assumem as suas responsabilidades, não justificam o ordenado que recebem. Mas, assim como uma andorinha não faz a primavera, também uma ovelha negra não estraga um rebanho."

A isto, junto um parágrafo, retirado do site da Sic Notícias, sobre um estudo desenvolvido por Ivone Patrão e Joana Santos Rita,  investigadoras do Instituto Superior de Psicologia Aplicada (ISPA)

Trinta por cento dos professores enfrentam um  esgotamento, associado a elevados níveis de ansiedade e depressão, mas são  poucos os que recorrem a ajuda de profissionais de saúde mental, concluiu  um estudo hoje divulgado.

ERC e Miguel Relvas - a "amizade" como critério de decisão


Postulados:

1. Em Portugal, a única coisa que acontece aos poderosos prevaricadores é continuarem a ser poderosos e prevaricadores.

2. Em Portugal as instituições e as empresas públicas, os políticos, a justiça e a saúde não servem os portugueses; servem-se dos portugueses.

3. Em Portugal não se corrige o que está estruturalmente e comprovadamente errado, persiste-se no erro como forma rentável de garantir carreiras, influências e poder.

Constatação dos postulados através de dois casos (desses que vão acontecendo todos os dias):

Caso 1 (no Público):

Três votos a favor e dois contra.
A ERC concluiu que o ministro (Miguel Relvas) não fez “pressões ilícitas” ao jornal ou à jornalista Maria José Oliveira. E que “não se verificou a existência de um condicionamento da liberdade de imprensa”.
A ERC dá como provado que nos contactos telefónicos com a editora de Política, feitos nesse dia 16 de Maio, o ministro, “visivelmente irritado”, afirmou que se sentia perseguido pelo PÚBLICO e que “a continuar assim, deixaria de ‘falar’ com o jornal’”...
 Espanta pelo vazio o documento de deliberação que a Entidade Reguladora para a Comunicação Social emitiu ontem. Em 50 páginas e depois de um mês de audições, reuniões e mais de dez pessoas ouvidas, a ERC não concluiu nada sobre a questão mais relevante...

Caso 2 (no ptjornal):

O sem-abrigo que tentou roubar champô e polvo no Pingo Doce foi condenado pelo tribunal dos juízos criminais do Porto e terá de pagar uma multa de 250 euros. A Justiça condenou um furto falhado e não consegue encontrar o condenado, que não tem residência fixa e cujo paradeiro é desconhecido. Notificar um sem-abrigo é o passo seguinte do processo...

sexta-feira, 8 de junho de 2012

As três medidas anti-crise

No último post falei de duas. Faltou uma. Esqueci-me. Tal como me esqueço de centenas de outras, muito importantes, fundamentais mesmo. Mas é assim. Tenho por destino saírem-me estas coisas fraquinhas, assim mesmo... mas, pelo menos, razoavelmente sentidas.

As três medidas portuguesas para resolver a  endémica crise portuguesa:

1. Subida generalizada de impostos;
2. Flexibilização do mercado de trabalho;
3. Redução substancial de vencimentos (substancial, embora não generalizada, pois claro!).

Pergunto-me eu (ingenuamente, já se vê): É só disto que são capazes as centenas de personalidades inteligentes que nos têm dirigido? É só isto que é possível fazer neste país?

Político na oposição: visita feiras, escolas, hospitais, etc., etc.. Detetam os problemas que realmente existem e mais os que forçam a existir. Dizem o que é necessário corrigir, criticam os que governam que, até por acaso, fazem tudo mal e quando fazem bem, é porque já vem tarde.

Político na governação: Estamos a melhorar a olhos vistos. Tomamos medidas duras porque é necessário e até demonstram a nossa coragem para enfrentar os problemas, bem como o desapego ao poder. Os números que eram maus - enquanto estavam na oposição - e que, entretanto até pioraram um pouco mais, já passaram a ser justificáveis. Os sintomas detetados nas feiras - enquanto oposição - deixaram de ser assunto relevante. A seriedade, a competência, a conduta exemplar (p.e., o combate à corrupção e o não favorecimento de pares e amigos estratégicos) desvanecem nos exatos momentos de posse. Tudo isso era assunto de relevância fundamental... ANTES, na altura da desonesta e patética caça ao voto.

Este país tem um problema. Um só: cada um por si! E, tal como para toda esta malta, este embrulho serve na perfeição aos governos que sempre tivemos. Somos todos tão iguaizinhos, previsíveis...
É uma questão de biologia, se quiserem. Não está no ADN nacional trabalhar em grupo por algo um pouco maior do que a minha pequenina ganância. Tal como a perceção de uma distância um pouco além do nosso pequenino e giraço umbigo, não está contemplada na programação da referida estrutura molecular. Enfim, português que se preze tem a preocupação existencial de ser o maior do bairro. Esse será o objetivo espiritual maior a que poderemos alguma vez aspirar. É destino. É FADO!

Um grande abraço e um sentido obrigado pela partilha de mais este desabafo.