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segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Atenção veterinários: há praga nos coelhos

Jorge Coelho renuncia à subvenção vitalícia de 2400€ por mês… que acumulava escandalosamente com o seu “vencimentozinho” como CEO da maior construtora deste país. Caro Jorge, então e o que recebeu até hoje? Ok! Bem sei que é legal (mas aqui só para nós os dois: sabemos muito bem quem e para quem são feitas as leis…). Há-de concordar comigo que, sendo legal, não deixa de ser vergonhoso, não é verdade?

Provavelmente é um homem que gostará de folclore nacional – o que é louvável, é uma tradição do país – só assim se compreende esta “nobre renúncia”. Por outro lado, se acha que recebeu a mais, devolva tudo, até o último tostão. Com certeza o país agradeceria.

Por outro lado, esta questão de acabar com as subvenções de ex-políticos no ativo tem sido atualmente ponderada como uma das possíveis medidas a tomar no contexto da crise… assim sendo, será uma coincidência a decisão do ex-ministro?

Por fim, há cerca de 400 ex-políticos a devorarem este tipo de subvenções. Caro Coelho (Passos, neste caso) acabe com todas elas. Que diferença faz se estão ou não no ativo. Trate este grupinho pouco recomendável de forma justa, isto é, como trabalhadores no desemprego… e o subsídio de desemprego que já receberam até hoje é certamente invejável; já esgotou o prazo de validade.

Olhó juro fresquinho!

Para não variar. A nossa gloriosa nação segue em alta. Mais propriamente, os juros da dívida em Portugal estão a subir a dois anos. Para o mesmo prazo caem na Grécia e na Itália atingem máximos históricos acima dos 5%, depois da desilusão que foi o leilão da dívida italiana e que aconteceu, note-se, já depois do sucesso estrondoso da Cimeira Europeia em que o “Mundo foi salvo”… pelos vistos, a Itália também já não consta da definição de mundo.

Diz-se que os analistas indicam que os investidores estão "atentos e preocupados" com aspetos técnicos e forma como vão ser concretizadas as medidas da Cimeira Europeia. Pessoalmente sinto-me esmagado com a sagacidade dos analistas e com a preocupação elevada dos investidores, pobres coitados, dir-se-ia, mesmo, que tudo lhes corre mal de há uns tempos para cá.

Mas já que falamos de juros, os títulos soberanos portugueses a dois anos são pagos por nós, evidentemente, a mais de 18%.

Ao contrário da Itália e de Portugal, os juros da dívida soberana Grega estavam a cair: a dois anos, por exemplo, situavam-se acima dos 78%. Depois desta queda tenho a certeza de que a generalidade da população mundial quer ser grega.

Ainda a propósito destas grandezas em que se situam atualmente os juros, pergunto eu: não havia uma coisa chamada usura? E, digo eu, também, não seria de meter na cadeia a malta pouco recomendável que anda por aí, à margem da lei, a praticar estas sem vergonhices? Por mim, voto positivamente!

Chávez e o amigo Portas (a sério)

Afinal o ministro dos negócios estrangeiros está mesmo vivo, só que, na nova novela, assume o papel de um negociador discreto que se encontra, em surdina, com líderes comunistas de países produtores de petróleo. Já são tantas a voltas e reviravoltas que tenho visto nesta vida – e sobretudo nos políticos (alguns mais do que outros, também é verdade) – que começo a ter alucinações, com frequência crescente, de que estou sentado na antiga feira popular de Lisboa a comer umas caracoletas enquanto olho, distraído, para a montanha russa, ouvindo a gritaria da criançada.

A comissão mista Portugal-Venezuela, que estava parada desde o início do ano, vai ser reativada e o ministro dos Negócios Estrangeiros vai visitar a Venezuela onde, certamente, aproveitará para dar um abraço fraterno ao nosso irmão Chávez. Eis aquilo que sempre defendi na governação: boas soluções de continuidade e não as mudanças constantes de políticas, conforme mudam os governos.

Plano Tecnológico para Transações: Já!

Pedir e passar faturas é obrigatório por lei. As multas para os infratores vão aumentar substancialmente em 2012.

Assim, a recusa em passar um recibo ou fatura passa para um valor entre 150 e 3750 euros. A não exigência da fatura vai passar a ser punida com uma multa entre 75 a 2 mil euros.

Há aqui uma questão que me incomoda particularmente. E desde já adianto que abomino toda a argumentação baseada na inviabilidade técnica. Todo o ser humano português deveria ter um cartãozinho e era com ele que pagaria fosse o que fosse. FIM AO PAPEL. Neste aspeto sou totalmente VERDE. O método era totalmente eletrónico, e assim que houvesse uma transação ela já estava registada e a ser contabilizada pelas finanças… por isso esquecíamos estas questões desagradáveis de dá cá o recibo, não dou, se quiseres pagas mais, etc.. Foi pena que o plano tecnológico do governo anterior não se tenha lembrado duma solução para esta questão! Será que este governo terá alguma ideia tecnológica? ou funcionará por oposição, como acontece em Portugal?

Ponto da agenda: de que forma trabalharás mais?

Segundo o nosso ministro da economia, Álvaro Santos Pereira, a redução do número de dias de férias está em análise no âmbito do novo pacote laboral.

A situação é a seguinte: após o debate (envolvendo os parceiros sociais – parceiros é piada, mas o termo vulgarmente utilizado é mesmo esse) do alargamento do horário de trabalho em meia-hora por dia, o Presidente da Confederação do Comércio e Serviços, João Vieira Lopes, considera que a diminuição de férias seria muito mais eficaz para a economia portuguesa do que o tal aumento de diário do período de trabalho.

Os sindicatos (e aqui está bem espelhado o sentimento de parceria desta malta toda) da CGTP e UGT consideraram estas propostas como "inqualificáveis" e "ultrajantes". Por acaso até acredito que, off the record, terão dito outras coisas ainda mais sonantes.

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Esqueçamos, por momentos, a Europa (o pior é que vai dar tudo ao mesmo)

Segundo um relatório (aqui está ele) da comissão de orçamento do Congresso norte-americano, as desigualdades sociais aumentaram drasticamente entre 1979 e 2007 nos Estados Unidos: A maioria da população do país não aumentou significativamente os seus rendimentos. Por outro lado, os 1% mais ricos incrementaram os rendimentos de acordo com a simpática percentagem de 275%.

Este será, sem dúvida, o argumento definitivo que recomenda a manutenção da democracia / mercado livre / capitalismo… para um certo grupo de americanos (cerca de 1%)!

Sondagens, para quê?

A Eurosondagem realizou uma sondagem para o Expresso, Rádio Renascença e SIC.

PSD à cabeça e BE na cauda. O maior partido é o único a cair, se é que o valor da queda (1%) se chama efetivamente cair. Ou seja, nenhuma informação é acrescentada quanto às brincadeiras que os partidos vão fazendo entre si. Tudo se mantém.

Quanto aos índices de popularidade das personalidades políticas, Cavaco Silva mantém-se à cabeça e Francisco Louçã bem na pontinha da cauda. Isto demonstra duas coisas: Como diria Paulo Portas, parece que já foi há décadas, “Saia, Senhor... Francisco”, o Zé Povinho parece que lhe fez aquele gesto… e há sempre umas ocasiões melhores para sair do que outras! Por outro lado, percebi que, infelizmente, os portugueses que colocaram em primeiro lugar o atual PR, perderam alguma da legitimidade de criticar determinada personalidade madeirense (e muito mais haveria a dizer). Como é possível colocar num pedestal – é verdade que muito baixinho, à altura duma simples caixinha de sapatos – tal figura? O homem a quem muitos chamam, quase “dramaticamente”, o pai do monstro… e se não o é, parece trabalhar muito bem no sentido de alimentá-lo no que particularmente lhe diz respeito.

Também há o orçamento de 2011

Este post é mesmo na linha dos Faits Divers:

O PS decidiu abster-se na votação do orçamento retificativo para 2011. As razões são as melhores embora, no caso, puramente numéricas, conseguir terminar o ano com um défice de 5,9%. O aspeto novelesco da questão talvez se prenda com o fato do ministro das Finanças ter saído pouco depois do início do debate sobre o orçamento sem ter apresentado explicações para a sua saída. Daí, a tirada, igualmente novelesca do deputado João Galamba: "Onde é que está o ministro? Tinha-me inscrito para fazer uma pergunta ao ministro, e depois da inscrição o ministro abandonou a sala".

Não é caso de dizer "Pago para ver"... é que pagamos mesmo para acontecer!

O orçamento que ainda nem começou e já não nos larga

A presidente da Assembleia da República convoca os líderes parlamentares para perceber se a proposta do Orçamento do Estado para 2012 poderá ser votada já a 4 de Novembro, isto porque o Governo não apresentou as Grandes Opções do Plano e a lei quadro plurianual com a programação orçamental, requisito legal, aparentemente esquecido pelos governantes.

É claro que vem logo o PS acusar o Governo de ter violado a lei, mas aproveita para dar a conhecer a grandeza das suas intenções, afirmando que a denuncia desta trapalhada não impedirá que esteja do lado das soluções e não das complicações.

Acho piada a este tipo de questões. No governo passado houve erros, incorreções, falhas, seja lá o que for, aquando da apresentação do orçamento. Na altura o PSD “carregou” como lhe competia. E agora, gostaste? Que diabo de coisa para um governo esquecer… não é a mesma coisa que esquecer o telemóvel em casa!

Enfim, temos o que temos no nosso país e, se a inteligência política tivesse um acompanhamento mínimo da capacidade intelectual, estas coisas, que aceito que possam acontecer (eu não condenaria ninguém por este tipo de erro), seriam otimizadas com o tempo e criar-se-iam procedimentos adequados, que passariam necessariamente de governo para governo até que estes e outros aspetos se tornassem bem lubrificados e as coisas funcionassem devidamente… o problema aqui é que A está mais interessado em deitar B abaixo e vice-versa, do que pensarmos em soluções nacionais, que transcendam governos e possam evoluir no sentido de nos aproximarmos das boas práticas.

Mas não é mesmo para a guerrilha instalada que servem os partidos? Assim de repente não consigo lembrar-me de outro motivo.

Já agora, uma outra proposta: Avaliar com critérios rigorosos os gestores nacionais, os seus currículos, a sua ambivalência e, partindo dessa avaliação, desenvolver um sistema de governação para o país. Em vez desta coisa inconsequente de votar no partido XSDPQ porque decidi ser este o meu clube embora, infelizmente, até nem conheça lá muito bem quem são “os tipos”… a não ser da televisão: do que dizem e do que se diz deles (sobretudo os adversários e os "reconhecidamente isentos" comentadores da praça)… que rigor há neste método? Não sabemos por experiência própria que é tenebroso? Porque isto chega ao ponto de se votar no tal partido, sem termos sequer a possibilidade de saber quem serão os governantes que o líder do partido vencedor irá escolher? Esta democracia é mesmo TENEBROSA… ou, então, o meu raciocínio esfumou-se num delírio esquizofrénico.

Até parece um Mundo Novo

Até parece que acontece o Mundo Novo no pós "Europa Unida".

As Bolsas disparam para máximos que há muito não verificavam, Sarcozy diz que salvaram o mundo e não apenas a Europa. Aproveitou também para dizer, com as letrinhas todas, que a Grécia nunca deveria ter entrado no Euro… mas explicou que, nesses tempos pouco esclarecidos, ainda ele e Merkel não estavam em cena: ou seja, além de exprimir o que sente por compartilhar o espaço monetário com aquele país, esclareceu, para que a dúvida não venha a surgir, quem são os que mandam AGORA na Europa: A trapaça da Grécia só aconteceu porque na altura os que lá estavam eram muito fraquinhos. Talvez seja! Ainda assim, convém não esquecer que a Grécia enganou deliberadamente o restante espaço europeu, comumente, prestou falsas declarações.

A alegria é, pois, imensa, pois os acionistas estão novamente a ganhar os seus preciosos milhões e, de crise em crise, ocorre o inexorável sobe e desce de bolsas que torna este mundo cada vez mais rico e cada vez mais pobre. É tudo tão repetitivamente patético, ultrapassado, mas compreensível. Compreende-se que quem detém o poder nada fará para alterar este estado de coisas, pois, dizem os estudos de décadas, que este é o procedimento especificamente mais indicado (infelizmente profundamente injusto, mas nada é perfeito) para que se mantenha o mundo dos estratos sociais, castas, status, o que lhe quiserem chamar… e que traduz, apenas, o abismo desumano entre a morte pela fome e o luxo desmedido, sem limite.

O mundo exulta porque as bolsas estão em movimento ascendente… está resolvido o grave problema. Como diria Sarcozy, a Europa “salvou o mundo”: presumo que de algum evento nuclear iminente. Mas este não é um mundo melhor. Não sabemos TODOS que se trata apenas da fase bolsista ascendente que sempre há-de acontecer neste mundo velho? Rigorosamente tirado a papel químico do passado que nos trouxe até aos dias de hoje. Também sabemos TODOS o que se segue a esta fase!

Mudemos, agora, um pouco o registo: onde para a Declaração Universal dos Direitos Humanos ou, já nem digo tanto, uma democracia qualquer, em que haja algum tipo de limites para as assimetrias, para que as disparidades não se tornem assim tão escandalosas? Alguma coisa que se possa traduzir não tão falada - ultimamente - equidade?

Proponho que o principal objetivo político da próxima década seja definir e implementar limites razoáveis para o enriquecimento e empobrecimento pessoais dentro de cada nação, conseguindo isto, evidentemente, sem as tais dívidas soberanas.

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Por falar de POVO

Povo é uma expressão muito usada no vocabulário dos partidos de esquerda, em particular pelos partidários ou apenas simpatizantes comunistas. Nada tenho contra a esquerda ou direita. Penso que já referi, num outro momento, que estes conceitos pouca ou nenhuma reação me despertam. Por comparação, se alguém me informa ser do partido X a reação assemelha-se à que teria se me confessasse ser adepto do Victoria Club de Polo do Canadá. Parabéns, mas é-me indiferente.

O meu conceito de povo está mais próximo da sua definição genuína, sem qualquer conotação partidária. De forma simples, quando falo de povo, refiro-me tão só aos cidadãos de um país. Tudo o que se puder pensar além disto entra no domínio ficcional.

E porquê esta divagação aparentemente inútil?

Sobre o que tem sido escrito neste Blogue, a palavra povo tem surgido imensas vezes. Na maior parte dos casos como gente oprimida, mal tratada e chamada a pagar erros de terceiros – os dirigentes desse mesmo povo.

Poderá acontecer que uma mente menos aberta conote o meu discurso com tendências ou grupos partidários. Insisto que não é esse o caso.

Também já disse que assumo simpatias PESSOAIS quando acredito reconhecer dignidade, bondade e/ou verdade nos discursos que ouço. Uma vez mais, nada disso tem a ver com partidarismos ou clubismos.

Sei que tenho falado muito do povo. Mas também confesso que não me considero defensor de ninguém – muito menos desse povo.

Neste espaço, pessoal, limito-me, somente, a expressar a revolta que sinto quando sei que se mente às pessoas, fazendo-as acreditar que vivem em democracias, dotadas de sistemas de justiça e regidas por princípios de igualdade – perdoem, mas a estatística supera em honestidade as verdades dos políticos. Na realidade, para acontecerem os poucos mundos de fadas - aos quais a publicidade tanto apela (é apenas uma questão de negócio), a generalidade do povo nunca poderá viver assim tão bem.

Limito-me a expressar a minha revolta quando, depois de roubado pelos que elegem, esse mesmo povo é chamado a pagar a fatura.

Enfim, como muita dessa gente, às vezes preciso, nem que seja, de respirar um pouco de ar puro!

Finalmente, apesar da história nos dizer que sempre assim foi, preciso de afirmar e reafirmar que, contra todas as probabilidades, o paradigma terá mudar e este mundo, seja lá porque razão for, será forçado a se reformular para alguma coisa melhor. Para isso, socorro-me de casos que pareciam imutáveis mas que, afinal, de um dia para o outro, eclipsaram-se.

Não sou partidário, não sou religioso, não tenho clube de futebol nem banda musical. Mas agrada-me qualquer pessoa que, tendo uma, várias ou todas estas preferências, demonstre ser condescendente e de trato amável.

Cavaco Silva e a Opulência da República Falida


Tenho uma necessidade quase obsessiva de atualizar dados que penso já ter escrito mas com valores diferentes. Afinal, segundo o dinheirovivo, o nosso caríssimo presidente só gasta 16 milhões de euros por ano. Cada português paga 1,5 euros para manter a depauperada e inútil instituição. Sinto-me revoltado, como se este homem me tivesse roubado, a mim, diretamente, três bicas.

A verdade é que os portugueses têm de alimentar um séquito Real, perdão, Republicano, de quase 500 pessoas. Acreditam nisto? Por comparação, no Palácio de Buckingham trabalham 300 pessoas e são 200 as que servem o rei de Espanha, ou seja, Cavaco Silva encontra-se entre os chefes de Estado mais gastadores da Europa. FACTO!

Gasta 163 vezes mais do que gastou Ramalho Eanes. No entanto, a crueldade humana ainda pode assumir aspetos mais assustadores: Sarkozy gasta 112 milhões de euros e a rainha de Inglaterra 46,6 milhões de euros.

Uma vez mais, Dr. Passos Coelho, qual é a sua ideia de emagrecer o estado e pedir mais e mais sacrifícios aos portugueses.

Lembro só, que esta é apenas mais uma gordurinha do estado. Existem muitas outras – todas igualmente intocáveis.

Senhor Primeiro-Ministro, tenha, ao menos, a decência de dizer aos portugueses que, em muito casos, há gorduras no estado que são intocáveis. Falo de decência por uma razão muito simples: é que, enquanto há gorduras que o senhor, o seu governo e os políticos em geral querem manter, estão, simultaneamente, a arrancar a carne de alguns que há muito já emagreceram tudo o que podiam.

Ganhe, Senhor Primeiro Ministro, algum tipo de autoridade e dignidade que o povo consiga vislumbrar.

A Europa, os devedores, os credores... pobre do povo

Em jeito de resumo, aqui vão alguns dos resultados que consegui apurar na sequência da reunião da Zona Euro:

1.      Ao fim de 10 horas de reunião (sim, porque isto não é um conselho de estado qualquer) Europa acorda no perdão de metade (isso mesmo, metade) da dívida Soberana Grega.

2.      O presidente do Conselho Europeu anunciou, também, que a Zona Euro e o Fundo Monetário Internacional vão atribuir a Atenas mais 100 mil milhões de euros.

3.      Anunciou, ainda, o reforço do Fundo Europeu de Estabilidade Financeira dos atuais 440 mil milhões de euros para um bilião de euros, para proteger as economias espanhola e italiana.

4.      Segundo o presidente francês, Sarcozy, “os resultados são um grande alívio para todo o mundo".

5.      Os países da Zona Euro assumiram implementar ações no sentido de evitar novos desequilíbrios orçamentais (para termos um futuro mais equilibrado, rigoroso e pacífico) – que podem implicar a modificação das suas constituições - até o final de 2012.

6.      A Europa elogiou o esforço de Portugal e da Irlanda no cumprimento dos programas de ajustamento ao abrigo da ajuda externa.

7.      Lembrou aos dois países para se manterem focados nas metas acordadas.

8.      Ainda assim, recordou que Portugal e Irlanda deveriam estar dispostos a tomar “quaisquer medidas adicionais” necessárias para atingir essas metas".

9.      Passos Coelho mostrou-se satisfeito com a solução encontrada para a Grécia pois “prevenirá um eventual efeito de contágio” que poderia forçar Portugal a necessitar de um novo programa de ajuda.

10.  Lembrou que tinha admitido, teoricamente, a necessidade do programa de assistência a Portugal ser reforçado devido à situação da Grécia, o que parece estar ultrapassado.

11.  No entanto, admitiu, de acordo com que o memorando de entendimento assinado com a troika, que haja reajustamentos ao programa de ajustamento em curso no nosso país, caso as premissas iniciais se alterem.

12.  Por fim, Berlusconi lança olhares indiscretos à primeira-ministra da Dinamarca, Helle Thorning-Schmidt.

Eu diria: ainda bem que isto se resolveu assim; e notem que não escrevi: ainda bem que isto acabou assim!

A situação da Grécia era reconhecidamente insustentável, por isso penso que só havia duas coisas a fazer: perdoar a dívida ou implodi-la e construir por lá uma espécie de estância balnear europeia. Como se optou pela primeira opção – abateu-se metade da dívida com um bónus de 100 mil milhões de euros – tudo pareceu mais pacífico, inteligente, concertado e civilizado.

Como diria Sarcozy, estamos todos mais aliviados.

O reforço considerável do FEEF tendo em consideração “os gigantes” espanhol e italiano também me parece bem. É mais um sinal forte para os mercados.

Daí para baixo é o mesmo de sempre: aquilo que temos de bom, ou de mal, isto é, o fado português: estão a fazer um grande e meritório esforço para atingir os objetivos acordados. Por isso está tudo bem. Case Closed. No More Money. Pois claro, não era isso que estava em agenda. É que estamos a ser, novamente como noutros passados, um caso de sucesso, por isso… deixa andar que a coisa está a correr sobre rodas.

Quanto ao efeito dominó a que se refere Passos Coelho, concordo plenamente. Só é pena que este maldito efeito só funcione num sentido… que diabo, poderia ter havido um efeito dominó destes perdões e benesses atribuídos à Grécia e sempre nos faziam um pequeno desconto… assim na perspetiva de saldo de ano novo, sei lá?

Note-se o aviso subliminar do nosso primeiro-ministro quanto ao reajustamento do ajustamento. É para levar a sério, senão vejamos: quando disse que não fazia, fez; quando disse que não repetiria atitudes de outros, repetiu; quando disse que não aumentaria, aumentou. Se agora vem, mansamente, falar de reajustar… só não preparo a carteira porque já não a tenho… mas, num dia de sol europeu, é de esperar umas nuvenzitas em solo lusitano.

Assim foi. Como já disse e redisse, vivemos num mundo em que líderes políticos e países inteiros são marionetes de mercados e poderes financeiros. Houve solução. Mas, seguramente, não houve inovação, pois tudo continua a ser feito, exclusivamente, em torno do dinheiro. Certamente virão, brevemente, outras tormentas, que obrigarão não apenas às soluções de sempre mas à inevitável inovação: não nos esqueçamos, uma vez mais, que estes equilíbrios agora conseguidos não são mais do que, como sempre, conseguir sacrificar o povo (e é esta capacidade opressora, no fundo, que os líderes europeus elogiam aos líderes nacionais) para conseguir pagar as dívidas, ou seja, os mais pobres entregam grandes fortunas a ricos credores. Tudo isto, após gestões nacionais calamitosas devidas a gente que também ganhou muito com toda a tragédia por si criada. Isto não me parece indefinidamente sustentável.

Brevíssimo comentário ao ponto 12: descobri, finalmente, porque é que Berlusconi ainda é primeiro-ministro italiano: fica bem, a malta gosta, é de macho!

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

A ténue fronteira entre a política e a prestidigitação

A Europa não se entende. Recentemente, só faltou a Merkel, Sarcozy, Berlusconi (e outros?) chegarem a vias de fato! Temos uma Europa falida (em casa onde não há pão....), desunida, xenófoba e em que cada um dos seus países demonstra ter um umbigo maior do que o seu próprio espaço geográfico. Temos democracias apodrecidas, ultrapassadas pelos novos sinais dos tempos. E, cá em casa, temos o mesmo de sempre: caras novas com as tácticas velhas e gastas, apreendidas dos velhos que por lá já passaram, e que têm sempre o mesmo objectivo: o amor pessoal e incondicional pelo poder. Sugiro que vejam as imagens que alguém colocou no Youtube. Revelam o nosso jovem primeiro-ministro... ao melhor estilo do que ainda se faz na política de hoje.

Alguma mente iluminada consegue vislumbrar o que terá mudado - politicamente - nos últimos trinta e tal anos aqui no recanto à beira mar plantado?

http://www.youtube.com/watch?v=gNu5BBAdQec&feature=player_embedded

Ou pensam que é só nos países árabes que o povo se revolta?

Vou aqui referir algumas ideias lançadas pelo Professor Boaventura Sousa Santos, em declarações à SIC, que acho muito naturais, uma vez que vêm de encontro ao que tenho sentido e dito desde há muito tempo: “a desobediência civil que o país vive irá caminhar para uma nova Assembleia Constituinte (…) não estamos a falar de uma revisão constitucional, mas sim de uma nova assembleia popular, uma vez que os atuais partidos políticos não dão resposta aos cidadãos, mas sim aos mercados”.

“Eu acho que nós estamos a entrar num sistema, que os jovens estão a entender muito bem, o que eu costumo chamar de totalitarismo gradual; quer dizer, os partidos não parecem ter nenhuma alternativa, não temos uma classe política que saiba pensar para além das receitas do Fundo Monetário Internacional, não tem soluções, está sempre a pensar nas reações do mercado”.

“Nessas condições não há democracia funcional. A democracia de fato não está a responder e eu penso que mais tarde ou mais cedo a desobediência civil vai caminhar para apelo para uma nova assembleia constituinte, popular. Não é uma revisão constitucional. É uma assembleia constituinte que blinde os Estados e a Europa dos atos predatórios dos mercados financeiros não regulados e que, portanto, reponha a vontade dos cidadãos no seu lugar e a vontade dos mercados no seu lugar. O que eles não podem é absorver o lugar dos cidadãos”.

Não sou capaz de tecer qualquer comentário; digo apenas, bem-haja, Professor.

Conselho de estado reuniu 6 (seis) horas

O pragmático resultado desta magna reunião, que contribui com uma solução definitiva para os “problemitas” da nação, foi o apelo “a todas as forças políticas e sociais para que impere um espírito de diálogo construtivo capaz de assegurar os entendimentos que melhor sirvam os interesses do país, quer a estabilização financeira, quer o crescimento económico, a criação de emprego e a preservação da coesão social”.

SEIS HORAS DE REUNIÃO!!!

Esperem só um minutinho... preciso de inspirar calmamente antes de continuar a escrever.

A este conselho, compete aconselhar o Senhor Presidente da República. Os seus membros são:

•Dra. Maria da Assunção Andrade Esteves
  Presidente da Assembleia da República
•Dr. Pedro Manuel Mamede Passos Coelho
  Primeiro-Ministro
•Juiz Conselheiro Rui Manuel Gens de Moura Ramos
  Presidente do Tribunal Constitucional
•Juiz Conselheiro Alfredo José de Sousa
  Provedor de Justiça
•Sr. Carlos Manuel Martins do Vale César
  Presidente do Governo Regional dos Açores
•Dr. Alberto João Jardim
  Presidente do Governo Regional da Madeira
•General António Ramalho Eanes
•Dr. Mário Alberto Nobre Soares
•Dr. Jorge Fernando Branco Sampaio
•Prof. Doutor João Lobo Antunes
•Prof. Doutor Marcelo Nuno Duarte Rebelo de Sousa
•Dra. Maria Leonor Couceiro Pizarro Beleza de Mendonça Tavares
•Dr. Vítor Augusto Brinquete Bento
•Dr. António José de Castro Bagão Félix
•Dr. Francisco José Pereira Pinto Balsemão
•Dr. António José Martins Seguro
•Dr. Luís Manuel Gonçalves Marques Mendes
•Sr. Manuel Alegre de Melo Duarte
•Dr. Luís Filipe Menezes Lopes

É de acreditar que esta gente – não duvidando da sua competência – vai ajudar em alguma coisa? Pelo comunicado emitido, como resultado de 6 horas de conversações de nível superior, eu apostaria tanto nisso como na probabilidade de me sair o euromilhões.

Só por curiosidade

Será que a Dra. Maria da Assunção Andrade Esteves, Presidente da Assembleia da República e, por inerência, conselheira de estado, já abdicou de algumas das suas apetecíveis regalias, tão deslocadas da pobreza dominante do seu país?

Qual terá sido mesmo a contribuição do Dr. Alberto João Jardim neste conselho? Mudar o nome da Madeira para Atlântida… atendendo à dimensão do buraco que lá criou? Por que razão terá sido o Dr. Alberto João Jardim o primeiro conselheiro a sair a reunião?

Não tenho já dito que a presidência da república, e todos estes inúteis apêndices, deveriam já ter acabado, com alguma dignidade, há muito tempo?

Por fim, recordo-vos a Lei n.º 4/85, de 09.04, que estabelece o Estatuto remuneratório dos titulares de cargos políticos. Uma lei que todo e qualquer português, semi-falido por definição, gostaria de ter para si.

A propósito desta lei, deixo-vos com o artigo 23:

Artigo 23.º
(Reembolso de despesas dos membros do Conselho de Estado)

1 . Os membros do Conselho de Estado têm direito ao reembolso das despesas de transporte, público ou privado, que realizem no exercício ou por causa das suas funções .

2. Os membros do Conselho de Estado têm ainda direito às ajudas de custo fixadas para os membros do Governo, abonadas pelo dia ou dias seguidos de presença em reunião do Conselho.

3. O disposto neste artigo só é aplicável aos membros do Conselho de Estado designados pelo Presidente da República ou eleitos pela Assembleia da República.

Em resumo: para quando marcar um magusto em sede de conselho de estado?

Resolução da falência nacional: implicará mais pobreza... e a manutenção de privilégios?

Antes do que se segue quero deixar claríssimo que não tenho nada de pessoal contra os nomes que irão surgir. Limitei-me a extraí-los do Expresso (sendo, portanto, esta a fonte). Além disso, permito-me juntar alguma informação e questionar… pois isso é praticamente o que resta ao povo nas ultrapassadas democracias em que vivemos.

Primeira questão

Existe uma série de personalidades neste país que auferem vencimentos decorrentes da atividade que exercem. Comum, trivial! Estou seguro que a esmagadora maioria dos portugueses trocaria alegremente o seu vencimento pelos das referidas personalidades… o que significa que, em média, não serão nada maus.

Mau mesmo é o que se segue: além dos seus vencimentos, este grupo de privilegiados, adquiriu, legalmente, o direito a uma subvenção vitalícia - como se diz: façam o que fizerem aquele já cá canta!

Vejamos, então, a gratificação extra, como resultado das leis que os políticos fazem para si próprios e que, dito da forma mais simples, canalizam o dinheiro dos “pobres” para os “ricos”:

António Bagão Félix: 1000€
Manuel Dias Loureiro: 1700€
António Vitorino: 2000€
Armando Vara: 2000€
Rui Gomes da Silva: 2100€
Ângelo Correia: 2200€
Duarte Lima: 2200€
Jorge Coelho:2400€
Joaquim Ferreira do Amaral: 3000€
Zita Seabra: 3000€
Álvaro Barreto 3400€
Carlos Melancia: 9150€

Muitos conhecerão alguns destes nomes - alguns deles até envolvidos em processos... sórdidos - o que torna a questão ainda mais chocante. Adiante!

Segunda questão

Eu convidaria estes senhores a assumirem os valores do patriotismo de uma forma muito prática. Como nos disse ontem o primeiro-ministro, estando falido o país, vamos ter de ficar ainda mais pobres para sair desta situação catastrófica. Neste cenário, caros patriotas privilegiados pelo destino, abdiquem, já hoje, desta coisa vergonhosa que a desonestidade humana de alguns resolveu, num dia de má memória, instituir com fins de baixeza gananciosa.

Terceira questão

Não sei afirmar se a lista é exaustiva

Quarta questão

Segundo a mesma notícia o PSD e o CDS querem cortar estas pensões aos políticos que estejam a trabalhar no sector privado – nomeadamente os deputados Duarte Pacheco e João Almeida, têm essa pretensão.

Quinta questão

Na sequência das boas intenções destes senhores deputados, proponho que todos os trabalhadores portugueses que fiquem no desemprego – não tendo, portanto, funções em nenhuma empresa privada – passem a receber uma subvenção vitalícia – igualdade de direitos, senhores deputados, é possível que já tenham ouvido dizer qualquer coisa sobre o assunto?

Sexta questão

Tenho repetido que políticos formados em gerações de corrupção e com os mesmos processos de raciocínio, passarão a vida a fazer remendos para esconder asneiras maiores, no entanto, cairão sempre na mesma tentação do auto privilégio.

Sétima questão

Tenham a única atitude moral possível e, se precisam de um pequeno empurrãozinho, lembrem-se lá da falência descarada do nosso país: Acabem já com as subvenções vitalícias. Para todos. Essa figura não deveria sequer existir – independentemente do ex-político estar ou não a exercer funções. Os políticos que contratem seguros: não é o que nos dizem? Que recebam o tal subsídio de desemprego pelo período a que os trabalhadores agora vão ter direito. Inscrevam-se em centros de desemprego… o que for!

Oitava questão

Porquê esta insistente arrogância intelectual dos políticos que se tratam a si próprios como privilegiados relativamente aos que lhes dão o seu voto?

Nona questão

Eu teria vergonha de receber esta doação mafiosa e teria vergonha de ter feito a proposta enganadora – só para não chamar manhosa – dos dois deputados referidos.

Décima questão

Mas quem sou eu? Tudo isto pode ser apenas fruto duma mente delirante, embora, nos tempos que correm, acho exageradamente fácil o português resvalar para o delírio.

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Kadhafi outra vez

Odeio o homem; odeio o sofrimento que ele causou - numa escala verdadeiramente medonha.
Também odeio a forma como foi morto e odiaria ter como líder qualquer personagem sinistra desse auto-designado conselho de transição.
Odeio os países mentirosamente civilizados, cuja pressa em acabar com o indivíduo se chama petróleo, contratos de exploração, construção civil e outras coisas atualmente tidas como muito dignas... interesses superiores. Não conhecem a história do que se segue a tudo isto?
Ainda houve uns que, com um ar meio inseguro, falaram em apurar responsabilidades... bem, venha daí o valioso produto, pois disso é que se trata.

Observação final, de caracter filosófico e auto-crítico: sei que o sentimento de ódio não está no objeto odiado mas dentro de quem odeia, logo, estou consciente de que este problema de ódios está dentro de mim; é meu. Juro que o combato quase diariamente, até porque preciso de dormir com um pouco de paz. Ainda assim, este mundo não deixa de ser o que é pelo fato de eu odiar ou não! Ou se calhar não!

Economia, finanças e realidade virtual

Penso que já falei, algures, dos mundos virtuais. Alguns são bem concebidos, apelativos e, muitas vezes, viciantes. Refiro-me, concretamente aos ambientes virtuais que simulam aspetos – de forma mais ou menos complexa e realista – da vida real em computador. Tudo se passa como se tentássemos encaixar o nosso mundo “verdadeiro” e analógico, dentro duma caixinha digital que, verdadeiramente, só sabe lidar com duas coisas na vida: zeros e uns. Vendo desta forma, os resultados conseguidos e que continuamente não param de melhorar são fantásticos.

No entanto, não poderiam estar mais enganados os que pensam que os mundos virtuais viram a luz do dia com o advento dos computadores.

Vejamos uma entre milhões e milhões de notícias económicas deste género (e passo a citar parcialmente):

“Wall Street fecha no máximo desde Agosto

A Bolsa de Nova Iorque encerrou hoje a subir, no máximo desde 2 de Agosto, com o Dow Jones a ganhar 0,89% e o Nasdaq 2,35%.”

O que se segue é digno de Ementa Gourmet:

"Os investidores parecem encorajados por os dirigentes europeus estarem a progredir para um plano que resolva a crise da dívida (…) Ninguém espera que a crise europeia desapareça dentro de meses. Mas se deixar de estar nas primeiras páginas e se nos pudermos concentrar nos resultados [das empresas], podemos esperar acabar o ano com uma alta".

Tradução, assumidamente simplista, mas mais honesta do que o escabroso mundo financeiro: Os países andam fundamentalmente endividados – andaram todos a comprar BMW quando só tinham dinheiro para Fiat. Não me parece que seja particularmente a Europa que vai fazer deslizar o planeta a caminho do sol; os outros “gigantes” também têm a corda ao pescoço… mas, aproximamo-nos do Natal; há acionistas e, consequentemente, a imperiosa necessidade de mais-valias. Por isso, independentemente das nossas sofisticadas e modernas economias estarem no centro geométrico de um sítio que dá pelo nome de lamaçal, tratemos de ignorar tudo isso, alavanquemos as bolsas (metáfora fálica muito usada neste contexto), conseguindo, desta forma, a animação geral do pessoal. Perdão, o pessoal a que aqui me refiro deve ser escrito com maiúscula; fica, então, o reparo: Pessoal!

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Diz-me quanto ganhas, dir-te-ei quem és!

Os portugueses deveriam exigir a elaboração de um documento público, a ser integrado de forma clara na imprensa nacional, com as declarações completas de rendimentos dos nossos representantes. Em nome da transparência, da seriedade e moralidade, seria o mínimo que se poderia exigir dos que nos vão representar. Deixo-vos um exemplo recolhido na blogosfera (esta noite, antes de me deitar, rezarei um pouco para que isto seja um engano brutal):

ASSUNÇÃO ESTEVES, Presidente da Assembleia da República, reformou-se ao 42 anos, com uma pensão mensal (14 mensalidades) de € 2.315,51 (Diário da República de 30/07/1998). Recebe um vencimento mensal (14 mensalidades) de € 5.799,05 e ajudas de custas (14 mensalidades) de € 2.370,07. Tudo isto, o erário público paga a esta senhora. Além disso, tem direito a uma viatura oficial BMW a tempo inteiro.

Por vezes surge-me essa miragem - do deserto - de que Líbias, Iémenes e Sírias estão aqui tão perto. Bem, pelos menos vivemos numa desgraçada duma democracia!

Há uma teoria que afirma que estamos a ser governados por clones: os originais foram substituidos

Assunção Cristas, ministra da agricultura, confessou há pouco tempo que, do ponto vista técnico, nada a recomendaria para a função que desempenha, pois nada sabe do assunto. Tratou-se meramente de um critério político. Gabo-lhe a honestidade, mas fico exatamente por aí. As consequências são graves demais para ficar com um sorrisinho na cara.

Álvaro Santos Pereira vem de fora e nada sabe de Portugal; está a aprender... com este argumento, pedem os seus "simpatizantes" que haja um pouco de paciência com o ministro.

Coincidência: Estes dois ministérios são os que mais recorrem a consultadorias, pelo que, são os mais gastadores do governo.

A fazer fé no que diz o Correio da Manhã, ultrapassamos os 100 milhões em pareceres e estudos (nem me apetece tentar saber a quem são encomendados), ou seja, o Orçamento do Governo de Passos Coelho já ultrapassou o Orçamento de Sócrates? Lembram-se do Asterix? Vou só aportuguesar: Estes tipos estão loucos? Depois de tudo o que disseram dos outros e do que nos disseram a nós?

O preço dos manuais escolares

Falou-se em otimizar esta questão tão importante para tantas famílias. Tem o meu apoio.

Só uma achega - sei que é utópica e um atentado ao negócio livreiro:

Porque é que os manuais escolares não existem, de uma vez por todas, em PDF, no site do Ministério da Educação, de onde todos os alunos os poderiam descarregar gratuitamente. Era mesmo mau para o negócio, não era? De qualquer forma é uma pena! Até podia ser que desse utilização a alguns magalhães que para aí ainda andam. E para os orçamentos familiares... como diria o nosso caríssimo engenheiro Guterres... é fazer as contas!

O Imbatível Professor Marcelo

Esclarecimento prévio: em momento nenhum ponho em causa a inteligência, memória e capacidades, em geral, do Professor Marcelo Rebelo de Sousa. Relativamente a este assunto, direi, da forma mais honesta possível, que sou minúsculo perante alguém da sua estatura. Considero-me genuinamente apenas mais um português que ouve e, umas vezes, tem vontade de rir, outras, muitas, nem por isso.

No entanto, também devo confessar que me assaltam algumas dúvidas sobre a dignidade de um político que para ser focado pelas câmaras de televisão numa campanha eleitoral, atira-se de calções de banho para o Tejo... talvez não seja o tipo de pessoa com quem me apetecesse tomar uma cervejinha ao fim da tarde.

Neste contexto quero começar por dizer o seguinte: Os grandes disparates muito provavelmente, não são ditos nem feitos por gente mediana, mas sim pelas mentes brilhantes com ideias particularmente iluminadas.

Por outro lado, acredito com grande naturalidade que antes de comentador, o Professor é do PSD, antes de Professor, o Professor é do PSD… suspeito mesmo que, antes de nascer, já o Professor era do PSD: o que me leva a concluir que a sua inteligência não é utilizada de forma livre e criativa, mas sim condicionada por esta fraqueza pessoal: o seu intrínseco partidarismo, clubismo, chamemos-lhe assim.

Recordo-me, por exemplo, já noutras eras, de ouvir o Senhor Professor oferecer-se pessoalmente para dar uns conselhos ao então líder do PSD, Luís Filipe Menezes – isto num espaço televisivo de comentário. Enfim, achei que era uma nota um pouco dissonante… mas aquilo também não era propriamente uma sinfonia.

Ouvi na TVI o professor Marcelo assumir que a forma como o Presidente da República tem falado ao país «tem sido desastrosa» - claro, prejudica-lhe o partido e o governo.

Disse que Governo devia «tratar melhor» os funcionários públicos. Tal como, «melhorar a sua política de comunicação para não criar divisões entre os portugueses». É claro, até agora, o governo só tem tratado mais ou menos os funcionários públicos, por isso é que devia "tratar melhor". E melhorar a comunicação para lhes dizer o quê? Caríssimos concidadãos comprem só meio peru neste natal e para o ano que vem vão às galinhas do vizinho? Não sei! Ele lá terá a sua ideia.

Quanto à posição socialista achei notável o Professor dizer que este partido deveria ter dito, logo à partida, que se absteria na votação do orçamento (não votaria contra)... mesmo antes de o conhecer. É esta superioridade intelectual que é difícil alcançar no Professor. Atenção: a mim pouco me interessa o que anda por aí a fazer o PS nos dias que correm e muito menos o seu líder extraído a fórceps. O meu objetivo é unicamente divagar sobre a ondulação intelectual do Professor Marcelo.

Sobre o ministro da economia disse, ou melhor, repetiu sem qualquer originalidade o que já tem sido dito: tem um ministério ingovernável por isso certas críticas que lhe são dirigidas pecam por injustas. Certo. Mas esqueceu-se de perguntar: quem apareceu com o slogan de fundir ministérios, racionalizar, emagrecer o governo? Terá sido um certo Passos Coelho e Amigo desaparecido em negócios no estrangeiro? Pois é, as teorias populistas permitem ganhar eleições mas é pena que não tenham grande utilidade para governar países... e aqui vai um pequenito esquecimento para o Professor.

A caminho do mesmo vai o ministério da agricultura e, aí, é que suspeito mesmo que Paulo Portas afundar-se-á num dos seus maravilhosos submarinos. Porque eu até nem conheço pessoalmente o referido ministro, mas não duvido que muitos agricultores lembrar-se-ão das suas ideias insistentemente repetidas sobre o tema, que lhe era tão caro!

Disse que Khadafi “sabia demais” razão pela qual não podia ficar vivo. Não entendi bem, mas, a mim também não me daria prazer nenhum estar de férias numa praia do Algarve e aperceber-me de que este indivíduo andaria lá por perto… portanto, sem comentário. Ainda estou a uma distância muito grande daquele estado em que a grandeza de alma tudo perdoa.
 
Disse alguma coisa relevante sobre os dois mal subsidiados do governo? Lá está, jogam todos na mesma equipa.

Acho que só a criatividade pode encontrar soluções neste mundo tão deturpado em que existimos - não "as inteligências", pois foram certamente pessoas muito inteligentes que nos conduziram a isto. E não falo de criatividades doentias ou delirantes. Acho que a verdadeira criatividade ocorre naturalmente quando as inteligências ficam desenraizadas de clubismos e de outros condicionamentos. A "inteligência condicionada" não é uma verdadeira inteligência mas sim uma capacidade de verborreia argumentativa, inútil quanto à resolução do problemas concretos.

Os governantes deslocados

Os dois governantes “deslocados” e subsidiados – já mencionados em post anterior - concordaram em abdicar do subsídio. E porquê? Por mais que me esforce não consigo entender. Porquê?



Das duas uma: ou meteram a mão onde não deviam… e, nesse caso, não compreendo porque é que ainda são, respetivamente, ministro e secretário, pois, não levar indevidamente uns trocos para casa, parece-me um requisito mínimo exigível neste tipo de cargos; ou, então, estavam cobertíssimos de razão – e eu espero que seja este o caso (e além de concluir o raciocínio, passo a explicar porquê): é que, desta forma não percebo porque terão abdicado do que lhes era devido por direito. Será, simplesmente como disse a notícia “de forma a acabar com a polémica em torno desta questão”? Então esta é a verdadeira razão porque abdicaram? E lá continuam eles. Como já aqui disse e pelos visto até o camarada Jerónimo de Sousa já me repete (perdoem a brincadeira): Onde está Paulo Portas? O moralista da política portuguesa? O denunciante das poucas-vergonhas que se passam nos corredores da política? Aparece lá, homem, que as saudades apertam-me já o peito.



Por fim, a explicação de porque poderá ser mau esta renúncia por sublime amor à pátria mãe: Fala-se de justiça e igualdade (é claro que a prática dos próximos tempos encarregar-se-á de colocar estes valores num desses aterros a céu aberto que por aí existem). Seja como for, nesta perspetiva sempre invocável de igualdade de tratamento, já imaginaram o que seria se cada português que trabalha a mais de 100 km da sua residência permanente fosse buscar uns 140 euritos extra por mês? Nada mau mesmo, não é verdade? Isto, claro, se não fosse suficientemente batoteiro e afinal até tivesse uma outra casa mais perto…


Para finalizar este assunto funesto e de contornos já tipificados em anteriores governos (até no que respeita à solução encontrada) refiro apenas que vi uns senhores importantes assinar uns papéis, enquanto outros observavam, também com ar importante e circunspeto, como convém nestes momentos de estranha solenidade… agora, pedir desculpa… essa parte passou-me! Ah! No meio disto tudo, o ministro ainda teve tempo para dizer que apesar da lei (estar do seu lado, claro) toma esta decisão por “vontade pessoal”. Pronto, pronto, todos nós acreditamos. Não é de uma grandeza heroica? Fiquei fã!

domingo, 23 de outubro de 2011

Frases de circunstância como exercício de hipocrisia na política nacional

Caros políticos, não nos digam o trivial; não nos digam o que não precisamos saber... porque já o sabemos há muito tempo.

O ministro da Defesa, Aguiar Branco, reagiu a uma manifestação de militares descontentes com  a seguinte frase: "é legítimo em democracia desde que cumpra a Constituição e a Lei".

Olhe, Sr. Ministro, dou-lhe um exemplo: não há nenhuma lei que diga que é ilegal morrer à fome... e daí? É bonito e invocável a legalidade de morrer desta maneira?

Jardim: O falso enigma de um desaparecimento

Dizia o título de um jornal: “Jardim desaparecido pede ajuda a Durão”

Ora, como me parece evidente que se trata de uma notícia que diverge largamente da verdade, julguei por bem tecer alguns comentários, em forma de reparo.

O Senhor não anda desaparecido coisa nenhuma. A própria notícia dá conta das suas deslocações afoitas entre Bruxelas e Estrasburgo.

Depois, na dita notícia, surge a questão da ajuda a Durão – para estabelecer uma ponte com Passos Coelho. Não é viável. Qualquer português medianamente atento às habilitações dos envolvidos sabe que nenhum deles percebe nada de pontes. Além do mais, se Passos Coelho pudesse conceber uma ponte para AJJ, ela conduziria algures a… Marte? Já seria uma distância segura.

Ficamos também a saber do isolamento de Jardim relativamente a tudo e a todos o que não faz mais do que consubstanciar o ditado: Quem semeia ventos…

Dou um exemplo: claramente, eu não sou jornalista. Mas se o fosse e residisse em Portugal continental, não me importaria muito com um indivíduo que, não conhecendo de lado nenhum, entra pela minha casa dentro, na televisão, chamando-me filho daquela velha senhora que tem uma profissão muito antiga!

Também confessou aos jornalistas que estava “em reflexão”. Ora aí está uma atitude sempre bonita embora, neste caso, para quem nasceu em 1943, começar agora neste ramo de negócio… parece-me assim um bocadinho tardio… enfim, é só uma observação pessoal.

Por fim, diz a notícia que há uma guerrinhas medíocres envolvendo delfins e sei lá mais quem, já com estratégias elaboradas e dignas de teorias da conspiração… mas deve ser tudo mentira… pois, como sabemos, pelas últimas eleições regionais, amor e lealdade CEGA é o que não falta em torno deste homem.

O estadista Passos Coelho

Li: "Passos Coelho diz que Portugal não deve aceitar perdão da dívida".

Não posso concordar mais plenamente! Como tudo na vida, colocaria apenas uma condição ao Senhor: Imponha-se a si mesmo viver com 500 € por mês, disponibilize-se a que lhe "roubem" um dos subsídios (500€)... e então, juro por Deus que, mesmo louco, terá pelo menos legitimidade para atirar com esse orgulho nacional pela boca fora.

Acredito, e só por isso é que o digo, que o senhor primeiro ministro não sabe o que é a vida... a de quem efetivamente trabalha, não a dos que se cansam de tanto mandar e decidir. Também acredito num tipo de justiça - divina? nem sei, chamem-lhe o que quiserem - que muitos dos que um dia conduziram a nação, e dos que hoje a conduzem, um dia serão confrontados, num momento de imensa solidão, com a sua própria vergonha, tão intensa que terão de esconder a cara de si próprios.

Faça isso, senhor Primeiro Ministro, viva com 500€ por mês e, embora proferindo loucuras, pelo menos não terá de se confrontar com a tal vergonha.

sábado, 22 de outubro de 2011

O amigo Sócrates e as PPP

A Direçao Geral do Tesouro e Finanças fez uma continhas e concluíu: as parcerias público-privadas deste nosso amigo e trupe, vão criar um buraco - que outra coisa poderia ser se falamos de Portugal - na ordem dos 15 mil milhões de euros.

Perguntará, agora, o português mais distraído: e então, não apanham o malandro? Olha que sempre é um buraco maior do que aqueles causados pelas botijas de gás nos assaltos às caixas multibanco!

Resposta, crua, nua e dura: o nosso caro amigo está bem de saúde, embora não se possa dizer que seja recomendável para coisa alguma.

Ontem tive um sonho, um sonho bonito, romântico até, comparado com os habituais dos tempos mais recentes: A nossa amiga e benfeitora Dilma tinha concedido cidadania Brasileira aos nossos amigos Sócrates e Angela Merkel. Os dois mudaram-se lá, para um morro qualquer, casaram-se e foram felizes para sempre... lá, ao longe, muito longe mesmo!

Eduardo Catroga, Van Zeller e tantos outros

Conforme consta dos manuais de história, Eduardo Catroga foi exilado no Brasil após a mundialmente famosa entrevista dos “pentelhos”. Para além do que já consta no longo currículo de tão excelsa personalidade, conseguiu, nessa ocasião, adicionar uma linha que o torna ainda mais invulgar: Ex-Futuro-Ministro.

Saúda-se agora o seu regresso. Vem na onda dos que criticam veementemente o discurso do presidente da república, o que, a bem da verdade, também não introduz qualquer novidade, dado o que se tem passado desde o primeiro dia do primeiro mandato deste. Disse, no entanto, e passo a citar, uma frase que eu juraria ter um sentido profundamente… Freudiano: “não fez bem em falar”.

Na mesma linha, Van Zeller diz que Cavaco Silva “criou um enormíssimo problema ao país”. Acho estranho o seu comentário chegar com anos de atraso. Enfim, também me sinto dececionado com esta proeminente figura da nossa sociedade.

Caldas da Rainha

Câmara das Caldas da Rainha quer reduzir em 2012 as taxas de IMI, IRS e derrama para aliviar a carga fiscal aos contribuintes. Consequência: decréscimo de 2,6 milhões de euros na receita do município.

Como é isto possível? Andam malucos estes indivíduos? Esperemos que não!

Segundo o autarca local, a situação da câmara (encontra-se entre as cinco câmaras de média dimensão do país com menor dívida), permite avançar com a medida.

Já agora permito-me uma comparação parcial: vivo num sítio em que a câmara municipal tinha a seu cargo o serviço das águas. Como essa questão dava muito trabalho e era aborrecida, resolveu entrar naquela onda da inovação - que é o discurso usado pelo malandro quando se prepara para esfragar as mãos como o amigão Pilatos - e "entregou as águas a uma empresa". Digo eu, e muitos munícipes da minha região com quem falo que, de um momento para o outro, sem aumentos de consumo, as faturas aumentaram 90 a 100%. A isto se chama eficiência empresarial. Não duvido que estes gestores terão prémios de produtividade...

Senhor presidente da câmara "do sítio onde vivo", sei, por experiência própria, que me foi ao bolso, por isso, como qualquer português, já meio depenado como frango a caminho da panela, transmito-lhe da forma mais serena a seguinte mensagem: sou muito pouco dado a simpatias com gente que tem por hábito esfregar as mãos.
Aprendam alguma coisa com as Caldas da Raínha que gente dessa não dura para sempre.

A zona dos défices, mais conhecida por Zona Euro

A zona Euro é fantástica. Basicamente todos os países, ricos e pobres, têm défices (França, Alemanha, e todos os outros de que se lembrarem). Estas são as maravilhosas regras dos mercados livres que se autorregulam. Terá de aparecer o miúdo pouco conhecedor das coisas da vida, cuja inteligência não permita que a sofisticação dos tempos atuais lhe ocupe a mente e as palavras com conceitos deturpados e diga, como na história: olha só, o rei vai nu!

Vejamos, em particular o défice, Português (dados do Eurostat) - o 3º pior desta zona, definida como rica: O nosso saldo orçamental em percentagem do PIB (o PIB é o que o país é capaz de produzir) era, na primeira previsão, de -6,8%.  Numa revisão em Março, saltou para os -8,6% (metros de Lisboa e Porto, Refer, BPN, BPP, enfim, todos aqueles grandiosos empreendimentos cuja péssima qualidade de gestão se deve, com certeza, ao povo que por lá trabalha e ao outro também, e que, por isso mesmo, terá de pagar… a propósito, onde estão os gestores e demais responsáveis por tudo isto? No Brasil? Não, meus caros, é que não podiam estar mais enganados. Andam calmamente por cá, nas suas rotineiras vidinhas de luxo! Pois é!

Passa-se um mês e o défice salta para 9,1% (umas parcerias público-privadas a modos que um pouco esquecidas até então). Até aqui estávamos melhor do que Espanha (neste especto extremamente específico) o que, para qualquer português que tenha, ainda, a rara capacidade de encher os pulmões de ar, é notável. Do género Aljubarrota 2. Enfim, tontices de quem já pouco ou nada tem.

Mas, por fim, afinal, depois de tudo…. Ai, Ai… só mesmo sorte de português: é que havia, assim como que, umas dívidas não declaradas lá para os lados da ilha paradisíaca, Madeira, e pumba: vais para os 9,8% de défice e ficas mas é atrás de Espanha, que é mesmo o teu lugar. Bem, não vamos cair em cima do mesmo de sempre (AJJ - o eterno líder); é verdade que lhe devemos este score não muito recomendável…. Mas a realidade aqui é que houve com certeza um outro erro qualquer, ao qual o homem é alheio; e eu acredito piamente que foi um engano de contagem: que diabo, errar também é humano…. É que o responsável por esta calinada inqualificável (única palavra que é possível usar para não ter de qualificar a dimensão da tal calinada) em vez de ter sido deposto, extraditado, condenado a serviço cívico vitalício…. Venceu as eleições… com maioria absoluta…

Estamos ou não em Portugal? Vá lá, digam!

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Estou mesmo a asfixiar

Notícia fresquinha:

"O ministro da Administração Interna, Miguel Macedo, recebe todos os meses cerca de 1400 euros por subsídio de alojamento apesar de ter um apartamento seu na área de Lisboa onde reside durante toda a semana.
A assessoria de imprensa do Ministério da Administração Interna (MAI) afirma que o subsídio é legal, uma vez que o governante tem a sua residência permanente em Braga."

Mas que governo é este? Foi para isto que puseram o outro na rua?

Tudo isto é tão básico - BÁSICO - como o antiquíssimo livro "O triunfo dos porcos" de George Orwell. Em poucas palavras, matamos os privilegiados para ficarmos com os privilégios deles... o povo fica SEMPRE na mesma.

A palavra de ordem é corte, contenção, redução... então isto é o quê? E vem a assessoria falar de legalidade? Mas qual legalidade? O conceito nem é para aqui chamado! Importa, sim, a moralidade da situação. E o que agora sabemos é que este ministro NÃO TEM AUTORIDADE MORAL para pedir sacrifícios a ninguém. É sórdido de mais para ser verdade.

Dado que agora tudo se está a passar a grande velocidade, espero que este e todos os outros ministros e secretários de estado que eventualmente se encontrem em situações semelhantes, não façam parte do elenco governativo já amanhã! É gente desta estirpe que quer retirar subsídios a pensionistas...

O secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, José Cesário, estará nas mesmas condições.

Acredito profundamente que o caso de Portugal é diferente da Grécia, mas estes indivíduos estão a conseguir imitá-los tão bem.

O Sporting de Domingos

Não tinha dito eu que o Domingos era grande? Enganei-me: é ENORME!
Qualquer jogador do Sporting que não esteja absolutamente convencido a dar a vida por ele, merece jogar nos Distritais.

Apenas uma sugestão assumidamente louca

Há dias que nos destroem a alma, ou o que nos resta dela (o que, por outro lado, é estranho, porque nesses dias, nem acreditamos tê-la)! Hoje é um desses dias.
É nesta perspectiva que vou dizer algumas palavras sobre a proposta de Manuela Ferreira Leite sobre as alternativas ao OE 2012. Teve, pelo menos, uma atitude contrária à de Miguel Beleza, quando lhe foi perguntado se havia alternativas a este orçamento. Respondeu, enfadado, que não se lembrava de nenhuma melhor. E porque haveria ele de se lembrar? Para quê tamanho esforço intelectual? O homem está rico, porque é que se há-de dar ao trabalho? Este sistema, que se aproxima perigosamente do abismo, como nos dizem todos os dias, foi financeiramente positivo para ele! Deixa andar - deve ser o princípio basilar da existência desta personagem.

Disse Manuela Ferreira Leite que havia alternativas: a saúde, a educação, etc.. seriam pagas... por quem pode pagar. O princípio parece sempre bom e entraria dinheiro. A experiência passada mostra que a prática pode ser calamitosa - alguém se lembra de filhos de riquíssimos empresários que tiveram isenções de propinas no ensino superior? Pois eu lembro-me... tão bem, como se fosse hoje!

Ainda assim, uma contribuição de uma voz mais que reconhece as injustiças vergonhosas deste orçamento.

Como estou num destes dias em que tudo se assemelha estranhamente a um quadro surrealista em tons escuros, atrever-me-ei a dar uma sugestão, utópica, bem sei:

Convido todos os portugueses que têm bens em ouro (basta que seja apenas ouro), e que não estão em situação desesperada de ter que o vender para sobreviverem, a entregarem-no no banco de  Portugal... a bem das contas da nação. Parece-me uma solução equitativa: quem é pobre pouco ouro tem e por aí adiante.

Deixemos as alianças e os aneis de noivado de parte por razões justificadamente sentimentais.

Vejam bem, já imaginaram quanto ouro os milhões de portugueses armazenam, sem qualquer uso ou utilidade, em milhões de caixinhas só porque... sim!

Sem ele, não teríamos menos conforto ou qualidade de vida nos nossos lares: isto numa lógica de raciocínio normal, não doentio ou de posse avarenta.

Enfim, se calhar, equilibrávamos uma série de contas e, talvez, daqui para a frente, pudéssemos viver de forma menos gananciosa, mais saudável.

Uma sugestão "ainda pior": proibir a existência de ouro no país. Era acabar com os negócios de aproveitadores desavergonhados que grassam nos dias de hoje e que sacam aos que precisam desesperadamente de vender, acabar com este desporto que começa a ser quase diário dos assaltos violentos a ourivesarias, etc..

Enfim, UTOPIAS! Também prometi, desde sempre, que escreveria sem preocupações de rigor científico. Mas pelo menos não roubavam 500€ a pobretanas que recebem pouco mais do que isso por mês.

Talvez que a solidariedade humana morra no exato momento em que temos de perder efetivamente alguma coisa, um bem material, seja o que for... por outro lado, há muito que deveríamos ter admitido que dar o que temos a mais nem se pode chamar de solidariedade, quando muito, limpeza, despejo, desinfestação!