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quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Dinamarqueses chutam Portugueses para canto

Gostam de uma boa conversa deprimente? Então bora aí! Hoje vamos de vento em popa!
O português quando vai trabalhar “para fora” até pode não ter como principal objetivo melhorar a sua vida e a dos seus. Independentemente das condições de higiene do trabalho conseguido no “estrangeiro” o aspeto relevante pode ser chegar à terreola, parar o carrão espampanante (“kitado” ou não) em frente à tasca local e fazer os conterrâneos sofrerem agudamente de inveja e acreditarem piamente que o detentor de tão pujante viatura “subiu mesmo de vida”. É claro que esta não é a história da emigração portuguesa. Isto reflete simplesmente algumas caraterísticas do português, dentro ou fora do seu país, tanto dá!

Qual é a questão essencial deste preâmbulo? A incapacidade de focar o essencial e dar importância ao que é irrelevante. É assim há séculos. Historicamente, sabe-se que os portugueses já possuíram fortunas colossais e em vez de aplicá-las num sistema que se pudesse manter e crescer de forma consistente, esbanjaram-nas oferecendo imensas riquezas ao Vaticano que, com o maior espírito religioso / solidário fizeram questão de aceitar até ao último tostão. Também os nossos companheirinhos europeus que agora nos chamam de maus alunos, assim que detetaram esta nossa caraterística de fanfarrões dispostos a ficarem de mãos vazias, sacaram tudo o que puderam e quando não puderam sacar mais, saquearam mesmo, com direito a roubo, mortes, violações e outras coisas dignas de países que, entre si, tinham alianças assinadas.

Perdoem-me este “élan” xenófobo. Juro que não o sou e, tal como a esmagadora maioria dos portugueses, até preferia viver noutro país do que no meu… tirando, talvez, deste baralho, a Madeira (for sentimental reasons), se não fosse o estereótipo de grande chefe índio que por lá se passeia impunemente. Além disso, volto a lembrar o conteúdo deprimente prometido no início do texto. Perdoem qualquer coisinha!

O que é que isto tem a ver com o jogo Dinamarca-Portugal?

Antes disso, lembro (ai a depressão outra vez) que o nosso Primeiro-ministro anunciou que o orçamento de estado para 2012 iria ser o mais difícil de elaborar e executar. Acho mal, acho cobarde e acho narcisista. E sabem porquê? Porque ele só falou de si. Então e o povinho? Aquele grupinho irrelevante de pessoas que anda pelo país fora como formiguinhas cuja única razão de existência é que alguns (tão pouquinhos) sortudos tenham MANSÕES, IATES, VISONS para as amantes, e outros pequenos luxos que tornam esta amarga vida tão incrivelmente suportável.

Sim, o nosso bem intencionado Primeiro-ministro escusava de vir para aqui com uma atitude Guterriana; só lhe fica mal andar a queixar-se: Ai que vamos ter tanto trabalhinho a elaborar o orçamento… e então executá-lo vai ser cá uma dor de cabeça!

GRANDE TRETA Sr. PM. Então e o aspeto do sacrifício do maldito orçamento? Como é? Também é sobre si e os privilegiados de sempre que vai cair? Não, é claro. Classe média, toma lá. Gostaste? E falo na classe mé dia porque nesta tentativa frustrada de país, os outros… como direi? os outros grupos abaixo da classe média já não têm mesmo classe nenhuma! Como já disse neste espaço “Shame on you, Passos”. Fale dos sacrifícios do orçamento. As pessoas têm de saber que o que vai acontecer não é uma espécie de provável episódio futuro da novela da SIC ou TVI! Vão mesmo levar tareia a sério e as suas vidas vão ficar mais sofridas!!!

Caramba, e afinal onde para Dinamarca Versus Portugal.

Prestei atenção ao seguinte pormenor muitas vezes repetido nas televisões:

Depois do jogo e da derrota justa de Portugal:

“Portugal, que precisava de empatar para garantir o apuramento, …”

Antes do jogo acontecer:

“Portugal precisa APENAS de empatar”

Estão a captar? Ninguém pensou verdadeiramente no essencial. Ir empatar à Dinamarca não se consegue com a mesma facilidade com que se gasta 1 euro na banca dos gelados. É difícil. Já tínhamos experiências dolorosas a esse respeito. Mas não, Vamos até lá, baralhamos os putos com os nossos nomes sonantes e quando chegarmos a Pedras Rubras somos levados em ombros…

Isto também é histórico: Portugal é um país de playoffs. No fundo, não fazemos assim tanta diferença da Alemanha: a mentalidade que eles aplicam em todos os jogos, nós aplicamos, normalmente, nos playoffs. E pronto, cá estaremos nós outra vez para sofrer um pouco mais, depois de tudo já ter estado mais do que resolvido. A superbock e a sagres agradecem.

Só para terminar: li algures sobre um jogo de amadores: portugueses contra outro país qualquer que já não recordo. Os portugueses eram tecnicamente dotados enquanto o adversário apresentava algumas dificuldades para se manter dignamente sobre as pernas: Adivinha adivinha quem perdeu? Pergunta com grau de dificuldade zero: Portugal, poisclaro! Passaram o tempo a fintar tudo e todos, num ritual de exibicionismo mais adequado ao acasalamento animal (como se diz na National Geographic) e esqueceram-se de um pormenor de somenos importância: tratava-se de um jogo de equipa!

Um grande abraço