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terça-feira, 25 de outubro de 2011

Economia, finanças e realidade virtual

Penso que já falei, algures, dos mundos virtuais. Alguns são bem concebidos, apelativos e, muitas vezes, viciantes. Refiro-me, concretamente aos ambientes virtuais que simulam aspetos – de forma mais ou menos complexa e realista – da vida real em computador. Tudo se passa como se tentássemos encaixar o nosso mundo “verdadeiro” e analógico, dentro duma caixinha digital que, verdadeiramente, só sabe lidar com duas coisas na vida: zeros e uns. Vendo desta forma, os resultados conseguidos e que continuamente não param de melhorar são fantásticos.

No entanto, não poderiam estar mais enganados os que pensam que os mundos virtuais viram a luz do dia com o advento dos computadores.

Vejamos uma entre milhões e milhões de notícias económicas deste género (e passo a citar parcialmente):

“Wall Street fecha no máximo desde Agosto

A Bolsa de Nova Iorque encerrou hoje a subir, no máximo desde 2 de Agosto, com o Dow Jones a ganhar 0,89% e o Nasdaq 2,35%.”

O que se segue é digno de Ementa Gourmet:

"Os investidores parecem encorajados por os dirigentes europeus estarem a progredir para um plano que resolva a crise da dívida (…) Ninguém espera que a crise europeia desapareça dentro de meses. Mas se deixar de estar nas primeiras páginas e se nos pudermos concentrar nos resultados [das empresas], podemos esperar acabar o ano com uma alta".

Tradução, assumidamente simplista, mas mais honesta do que o escabroso mundo financeiro: Os países andam fundamentalmente endividados – andaram todos a comprar BMW quando só tinham dinheiro para Fiat. Não me parece que seja particularmente a Europa que vai fazer deslizar o planeta a caminho do sol; os outros “gigantes” também têm a corda ao pescoço… mas, aproximamo-nos do Natal; há acionistas e, consequentemente, a imperiosa necessidade de mais-valias. Por isso, independentemente das nossas sofisticadas e modernas economias estarem no centro geométrico de um sítio que dá pelo nome de lamaçal, tratemos de ignorar tudo isso, alavanquemos as bolsas (metáfora fálica muito usada neste contexto), conseguindo, desta forma, a animação geral do pessoal. Perdão, o pessoal a que aqui me refiro deve ser escrito com maiúscula; fica, então, o reparo: Pessoal!