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sexta-feira, 11 de novembro de 2011

O campeão das posses

Quarta-feira, 9-11-2011, Alberto João Jardim tomou posse pela qualquer-coisa-ésima vez! Nesse momento solene, brindou a assistência com um discurso assim para o “compridote”.

Relativamente ao dito discurso:

Subscrevo completamente as críticas a uma constituição velha e desadequada, como é a portuguesa, e que já o era aquando da sua aprovação.

Esteve bem quando mostrou que, representando a população madeirense 2,5% da população portuguesa, o buraco madeirense representa 1,8% do buraco português. Se as contas não estão corretas, então é apenas mais do mesmo que já lhe conhecemos.

Tirando isto não vejo nada de interessante no restante discurso:

Foi demasiadamente longo; por várias vezes tive a sensação de estar a ouvir Fidel Castro.

Fez demasiadas citações: quase dando a impressão de que não tinha discurso próprio ou, então, tinha a necessidade de se justificar com as palavras dos outros.

Fez em direto, ao vivo e a cores, aquilo que me pareceu ser uma das declarações mais homofóbicas a que alguma vez assisti.

Exigiu mais poderes que, noutros contextos, até poderiam fazer sentido e ser discutidos. No entanto, deve ter uma falha no processador central que o impede de compreender que ninguém daria nada a alguém que confessa na televisão ter escondido deliberadamente as contas (as dívidas, os buracos), escarnecendo de tudo e de todos, inclusivamente de leis a que está sujeito.

Falou de questões de justiça e de igualdade que, por momentos, fez esquecer que tem sido, ele, há décadas, o presidente do governo regional da Madeira, com os seus discursos disparatados, ofensivos e ação democrática altamente discutível… isto para não usar um termo mais rigoroso.

Por vezes invocava as leis em autodefesa; logo a seguir atacava-as, deixando antever um certo traço de dupla personalidade ou, talvez, de que o discurso tenha resultado de uma composição de textos de diferentes autores.

Uma última nota para a ampla assistência que, por razões óbvias, oscilou entre a hipnose ligeira e o sono profundo.