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segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Magistrados e Advogados: as duas faces de uma moeda?


Gostei particularmente de um artigo – porque mostra números concretos – do Bastonário da Ordem dos Advogados, Marinho Pinto, que desmascara os privilégios dos magistrados portugueses. Para tal, compara os vencimentos destes com os vencimentos médios nacionais. Concordo com esta metodologia pois entra em conta com o nível de vida e as capacidades económicas do próprio país.

Recorrendo a um estudo de 2010, conclui-se que os juízes portugueses em início de carreira auferiam, em 2008, cerca de 1,7 vezes o salário médio de Portugal. Desde Áustria e França (1,1 salários médios) até Bélgica e Dinamarca (1,6 salários médios) deixamos vários países para trás.

Quando nos referimos aos juízes em fim de carreira, a situação torna-se ainda mais gloriosa: no mesmo ano, ganharam o equivalente a 4,2 salários médios nacionais, o que permite bater nas calmas: Holanda e Dinamarca (2,3 salários médios), Áustria (2,6 salários médios), Islândia (2,7 salários médios), Suécia (3,2 salários médios), Noruega (3,2 salários médios), Luxemburgo (3,3 salários médios), Finlândia (3,3 salários médios), França (3,4 salários médios) e Bélgica (3,5 salários médios).

Somos ou não uns verdadeiros campeões da solidariedade?

Aguardo fervorosamente um artigo esclarecedor e visionário deste Bastonário que aponte cirurgicamente os erros das nossas leis que permitem o enriquecimento vergonhoso de advogados sem escrúpulos, à custa de um total desprezo pela verdade que, em princípio, deveria ser apurada.