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sexta-feira, 22 de junho de 2012

ERC / Miguel Relvas - transações abjetas


Volto ao assunto sobre a ERC, Miguel Relvas e as transações abjetas que ocorrem impunemente à luz do dia e bem diante dos nossos olhos. Estas considerações têm por base algumas das coisas que ouvi na “Quadratura do Círculo”, programa da SIC.

Começo pelo presidente da ERC:

Assunto de extrema importância destacado pelo mesmo: “Fiz tudo para que fosse 5-0”. Calha bem falar desta forma na mesma altura em que decorre o Euro 2012. Infelizmente, a votação do documento produzido pela ERC foi de 3-2, isto é, menos consensual não podia ser! Azar!

Depois de ter dito que se calhar não devia estar a falar destes assuntos – como se estivesse a revelar um segredo de estado profundo, só acessível a alguns iniciados maçónicos – confessou que fez tudo para procurar consensos e que sem eles iriam pagar caro a votação não consensual e que, assim, a ERC não servia para nada.

Parecerá extraordinário mas concordo com tudo o que ele disse: vão pagar caro esta votação e a ERC não serve para nada.

Relativamente ao presidente da ERC, só acho que deveria fazer duas coisas – isto para não ter de tirar todos os espelhos que tem lá em casa:

(1) calar-se, pois quanto mais fala mais se percebe a monstruosidade da qual é substancialmente responsável: isto de insistir na votação consensual é uma táctica infantil de atirar descaradamente areia para os nossos olhos. A votação consensual não é, de maneira nenhuma, o ponto relevante desta história. A questão essencial do relatório com dezenas de páginas produzido pela ERC é a conclusão final; e essa, enquadra-se vergonhosamente bem no ditado que diz que a montanha pariu um rato… morto!

(2) Retirar-se de uma vez para uma bela, pacífica e revigorante praia distante, de preferência nos antípodas.

Pacheco Pereira refere-se à ERC como uma entidade instrumentalizada, pois é escolhida na sua maioria pelo governo, pelo que o ministro escolhe ir à ERC – onde foi, efectivamente, recebido com sorrisos rasgados – e não à assembleia da república (a tal casa da democracia... não é? Claro, a democracia ficou a vestir-se em mais este caso). Moral da história, a ERC é fundamentalmente concebida para não desalinhar com as políticas do governo (diz-se que com o objetivo mais estratégico de não interferir de forma adversa na privatização da RTP). Daí a perceber a conclusão nula do relatório produzido vai um simples e curtíssimo passo.

A conclusão de Lobo Xavier que refere que 9 das pessoas ouvidas dizem que um assunto se passou e só 1 diz que não se passou bem assim…e perante isto a ERC diz-se manietada para produzir uma conclusão! Enfim, fecha com chave de ouro e deixa toda esta vergonha bem exposta, com direito a mau cheiro e tudo.

Vivemos num país em que as deliberações desta e de muitas outras instituições não refletem mais do que os votos sujeitos a disciplina partidária: eis uma boa definição para “corrupção política nas instituições públicas”! A substância, a qualidade e a isenção das deliberações nem sequer chegam a ser equacionadas.

É também por este tipo de coisas que somos visados em diversos relatórios internacionais que nos atribuem elevados níveis de corrupção e, em concordância, níveis desprezáveis no que respeita ao esforço despendido no combate à mesma.