Número total de visualizações de páginas

sexta-feira, 8 de junho de 2012

As três medidas anti-crise

No último post falei de duas. Faltou uma. Esqueci-me. Tal como me esqueço de centenas de outras, muito importantes, fundamentais mesmo. Mas é assim. Tenho por destino saírem-me estas coisas fraquinhas, assim mesmo... mas, pelo menos, razoavelmente sentidas.

As três medidas portuguesas para resolver a  endémica crise portuguesa:

1. Subida generalizada de impostos;
2. Flexibilização do mercado de trabalho;
3. Redução substancial de vencimentos (substancial, embora não generalizada, pois claro!).

Pergunto-me eu (ingenuamente, já se vê): É só disto que são capazes as centenas de personalidades inteligentes que nos têm dirigido? É só isto que é possível fazer neste país?

Político na oposição: visita feiras, escolas, hospitais, etc., etc.. Detetam os problemas que realmente existem e mais os que forçam a existir. Dizem o que é necessário corrigir, criticam os que governam que, até por acaso, fazem tudo mal e quando fazem bem, é porque já vem tarde.

Político na governação: Estamos a melhorar a olhos vistos. Tomamos medidas duras porque é necessário e até demonstram a nossa coragem para enfrentar os problemas, bem como o desapego ao poder. Os números que eram maus - enquanto estavam na oposição - e que, entretanto até pioraram um pouco mais, já passaram a ser justificáveis. Os sintomas detetados nas feiras - enquanto oposição - deixaram de ser assunto relevante. A seriedade, a competência, a conduta exemplar (p.e., o combate à corrupção e o não favorecimento de pares e amigos estratégicos) desvanecem nos exatos momentos de posse. Tudo isso era assunto de relevância fundamental... ANTES, na altura da desonesta e patética caça ao voto.

Este país tem um problema. Um só: cada um por si! E, tal como para toda esta malta, este embrulho serve na perfeição aos governos que sempre tivemos. Somos todos tão iguaizinhos, previsíveis...
É uma questão de biologia, se quiserem. Não está no ADN nacional trabalhar em grupo por algo um pouco maior do que a minha pequenina ganância. Tal como a perceção de uma distância um pouco além do nosso pequenino e giraço umbigo, não está contemplada na programação da referida estrutura molecular. Enfim, português que se preze tem a preocupação existencial de ser o maior do bairro. Esse será o objetivo espiritual maior a que poderemos alguma vez aspirar. É destino. É FADO!

Um grande abraço e um sentido obrigado pela partilha de mais este desabafo.