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quarta-feira, 27 de junho de 2012

Desculpem qualquer coisinha, mas agora só falam disto!

Segundo o secretário de Estado da Administração Pública, Hélder Rosalino, “No momento não estão a ser planeadas medidas extraordinárias”. Apesar disso, afirmou que: “Tendo em conta um conjunto de medidas que já foram adoptadas ao longo dos últimos anos, não considero que haja margem para aplicar mais medidas direccionadas exclusivamente para os funcionários públicos”.


À semelhança dos vários dirigentes que nos têm vindo a preparar para mais austeridade, com recurso persistente ao método da "Negação, porém...", o secretário de estado introduziu uma informação adicional nas novas medidas de austeridade que aí vêm: Estejam descansados que agora não é só para funcionários públicos; toca a todos... os trabalhadores; o que me faz pensar: e porque não voltar a insistir apenas nos funcionários públicos? Por acaso não terão sido justas e adequadas as medidas anteriormente tomadas? Os governantes devem estar convencidíssimos disso, caso contrário já teriam feito um pedido de desculpas formal a estes funcionários! A menos que o secretário se esteja a referir a um novo pacote de austeridade a aplicar, desta vez, apenas à malta dos privados e às fortunas que não sofreram sequer, um leve arranhão!


Quem sabe... o que vai na cabeça aleatória destes ilustres?


P.S.: Fiquei felicíssimo por saber que a Alemanha considerou - se calhar é mais apropriado dizer "decretou" - Portugal como um exemplo. Pergunto-me eu: um exemplo de quê? Penso que, no fundo, o reconhecimento de que esta actual Europa tem tão pouco de positivo, leva a que se façam afirmações deste tipo, descabidas. Terá a Alemanha autoridade moral para validar as políticas de austeridade altamente desiguais de um outro estado? Que tipo de preocupação revela a Alemanha quando, em Portugal, enquanto se combate a crise, alguns vivam na mais vergonhosa miséria enquanto outros esbanjam pacificamente fortunas nos seus luxos intocáveis? O que vale esta afirmação, quando a austeridade dirige-se, em boa percentagem, aos que já andam razoavelmente aflitos, enquanto a "malta da mó de cima" vê a coisa passar-lhe, uma vez mais, ao lado?


Mas porque é que a Alemanha não se enfia toda nesses submarinos que andou a vender à custa de subornos e vai para onde ficam muito bem os ditos submarinos: lá no fundo?